sábado, 30 de abril de 2011

Cerco de Waco


Coordenadas: 31°35'45"N 96°59'17"WFicheiro:Mountcarmelfire04-19-93-l.jpg

A sede de Monte Carmelo - renomeada "Rancho Apocalipse" - em chamas. Foto de 19 de abril de 1993.O Cerco de Waco[1] foi um cerco realizado pelo governo dos Estados Unidos, que começou em 28 de fevereiro de 1993, quando o Bureau of Alcohol, Tobacco, and Firearms tentou cumprir um mandado de busca na sede (denominada "Monte Carmelo" em função do lugar bíblico) do Ramo Davidiano, uma propriedade a 14 km a lés-nordeste de Waco, Texas. Um tiroteio resultou nas mortes de quatro agentes e seis seguidores de David Koresh. Seguiu-se um cerco de 51 dias, que terminou com em 19 de abril, quando um incêndio destruiu o conjunto. Setenta e seis pessoas (24 delas com nacionalidade britânica)[2] faleceram no incêndio, assim como mais de 20 crianças, duas grávidas e o próprio Koresh.

Índice
1 História
1.1 Cronologia dos eventos de 28 de fevereiro - o início do cerco
1.2 Baixas
2 O cerco
3 A investida final
3.1 Cronologia dos eventos - 19 de abril de 1993 - o final do cerco
4 Eventos relacionados
5 Ver também
6 Leituras adicionais
7 Referências
7.1 Livros (em inglês)


 HistóriaVer artigo principal: Ramo Davidiano
 Cronologia dos eventos de 28 de fevereiro - o início do cercoTime Event
05:00 76 agentes se reúnem em Fort Hood para se dirigirem à área do complexo de Monte Carmelo.
09:45 Os agentes do ATF vão em direção ao complexo. Começa o tiroteio.
09:48 O davidiano Wayne Martin, um advogado de Waco, liga para o 911.
11:30 Cessar-fogo.
16:00 (4:00 p.m.) A primeira mensagem de Koresh é passada pela rádio KRLD-AM em Dallas.
16:55 (4:55 p.m.) Michael Schroeder é morto ao retornar para o complexo.
17:00 (5:00 p.m.) O porta-voz da ATF, Ted Royster, diz que os tiros continuaram esporadicamente durante a tarde.
19:30 (7:30 p.m.) David Koresh é entrevistado pela CNN. O FBI adverte a CNN para não realizar mais entrevistas.
20:15 (8:15 p.m.) A porta-voz da ATF, Sharon Wheeler, declara que as negociações continuam e que o tiroteio acabou.
22:00 (10:00 p.m.) Até agora quatro crianças saíram.
22:05 (10:05 p.m.) Koresh fala por 20 minutos na rádio KRLD, descrevendo suas crenças e dizendo que ele é o mais seriamente ferido dos davidianos.

 BaixasDepois da investida de 28 de fevereiro, morreram:

Agentes do governo:
Todd McKeehan
Conway LeBleu
Robert Williams
Steve Willis
Membros do Ramo Davidiano:
Jaydean Wendel
Winston Blake
Peter Gent
Michael Schroeder
Peter Hipsman
Perry Jones
[editar] O cercoOs agentes estabeleceram contato com Koresh e outros dentro do complexo após a retirada. O FBI assumiu o comando logo em seguida às mortes dos agentes federais. De início, os davidianos mantiveram contato telefônico com a mídia local e Koresh dava entrevistas pelo telefone, até o momento no qual o FBI cortou a ligação dos davidianos com o mundo. Pelos 51 dias subsequentes, a comunicação deu-se apenas com o grupo de 25 negociadores do FBI.[3] O último relatório do Departamento de Justiça declarou que os negociadores criticaram os comandantes táticos por terem cortado as negociações.[4]

Nos primeiros dias, o FBI acreditou que poderia terminar o cerco, permitindo em troca que Koresh fizesse uma declaração em rede nacional.[3] A transmissão foi feita, mas Koresh disse aos negociadores que Deus teria dito a ele que permanecesse no lugar e "esperasse".[3] Apesar disso, logo depois os negociadores conseguiram facilitar a libertação de 19 crianças, entre cinco meses e 12 anos, sem os pais.[5] Estas crianças foram libertadas em duplas, isto foi considerado uma alusão à Arca de Noé por Koresh, enquanto 98 pessoas permaneceram no edifício. As crianças foram então interrogadas pelo FBI e pela polícia local, algumas por horas.[5] Alegadamente, as crianças declararam terem sido abusadas física e sexualmente desde muito antes,.[6] Apesar de as alegações de abuso infantil nunca terem sido confirmadas, esta foi a razão apresentada pelo FBI, ao presidente Bill Clinton e à procuradora-geral Janet Reno, como justificativa para o lançamento de gás lacrimogêneo no interior do edifício, de modo a forçar a saída dos davidianos.[7]

Durante o cerco, o FBI mandou uma câmera de vídeo para os davidianos. Nas gravações feitas pelos seguidores de Koresh, este apresentava seus filhos e suas "esposas" aos negociadores do FBI, incluindo várias menores que diziam ter filhos cuja paternidade seria de Koresh (especula-se Koresh teria sido pai de 14 das crianças que ficaram com ele no complexo). Vários davidianos fizeram declarações em vídeo.[8] No nono dia os davidianos mandaram as gravações para mostrar ao FBI que não havia reféns; de fato, todos pareciam estar ali por vontade própria. Este vídeo incluiu também uma mensagem de Koresh.[3] As gravações também mostraram as 23 crianças que permaneceram no Rancho Apocalipse.[5]

Enquanto o cerco prosseguia, Koresh procrastinava, alegando então que poderia escrever mais documentos religiosos que ele dizia serem necessários completar para somente então se render. Ao mesmo tempo, duas facções se formaram dentro do FBI,[3] uma delas crendo que a negociação seria a solução; a outra, somente a força. Os meios para encerrar o cerco foram se tornando cada vez mais agressivos.[3] Apesar do aumento da agressividade das autoridades, Koresh ordenou que um grupo de 11 seguidores partisse, sendo detidas como testemunhas.[3]

A vontade das crianças de permanecerem com Koresh perturbou os negociadores, que não estavam preparados para lidar com o zelo religioso dos davidianos. No entanto, como o cerco continuou, as crianças estavam cientes de que um primeiro grupo de crianças que tinha saído com algumas mulheres foi imediatamente separado, e as mulheres presas.

Durante o cerco vários estudiosos que estudavam o apocalipsismo em vários grupos religiosos tentaram persuadir o FBI que as táticas de cerco empregadas pelos agentes apenas criariam a impressão dentre os davidianos de que eles eram parte de um enfrentamento do fim dos tempos com contornos bíblicos com significado cósmico.[9] Isso aumentaria as chances de um resultado violento e altamente letal. Os estudiosos também apontaram que, se para os de fora o ideário davidiano parecia extremo e absurdo, para os davidianos, suas ideias tinham total significado e que eles morreriam por isso.[9]

As discussões de Koresh com a equipe de negociadores tornaram-se cada vez mais difíceis. Ele declarou que era a Segunda vinda de Cristo e tinha sido comandado por seu Pai nos céus para permanecer no complexo do "Rancho Apocalipse".[3]

 A investida finalO FBI pensou que os davidianos pudessem cometer suicídio coletivo, tal como aconteceu em Jonestown, onde 900 pessoas se mataram a pedido de seu líder, ainda que Koresh negasse repetidamente tais planos quando indagado pelos negociadores.[10] Em função de os davidianos estarem fortemente armados, o FBI usou rifles de calibre .50 (12.7 mm) e veículos blindados (CEVs). A investida aconteceu em 19 de abril. Tanques inseriram bombas de gás lacrimogêneo através de buracos, para que os davidianos saíssem sem feri-los. Não se faria nenhum ataque armado a princípio e alto-falantes seria usados para dizer que não haveria ataque com armas e que não atirassem nos veículos. Quando vários davidianos atiraram, a resposta do FBI consistiu em aumentar a quantidade de gás.[3]

Após mais de seis horas sem que os davidianos saíssem do edifício, buscando refúgio numa casamata interna ou usando máscaras de gás.[11] O FBI diz que abriu grandes buracos para permitir a fuga.

Por volta do meio-dia, três focos de incêndio irromperam quase simultaneamente em partes diferentes do prédio. O governo sustenta que isso foi feito de forma deliberada pelos davidianos.[3][12] Os sobreviventes dizem que os focos começaram em função da ação - acidental ou deliberada - dos veículos blindados.[13][14] Quando o fogo se espalhou, os davidianos foram impedidos de escapar, enquanto outros se recusaram a partir e ficaram encurralados. No total apenas 9 pessoas deixaram o edifício durante o incêndio.[3][12]

Os davidianos restantes podem ter sido soterrados pelos destroços, sufocados pela fumaça ou recebido tiros. Muitos dos asfixiados morreram pela fumaça ou pela inalação de monóxido de carbono [12] e outras causas[12] enquanto o fogo tomava conta do edifício. Imagens foram transmitidas nacionalmente pela televisão. Ao todo, 75 morreram (50 adultos e 25 crianças com menos de 15 anos) e 9 sobreviveram ao fogo.[12]

Nada permaneceu, pois o complexo inteiro foi desmanchado e limpo pela ATF duas semanas após o fim do cerco. Apenas uma pequena capela, construída anos após o cerco, permanece no lugar.[3] Apesar da quantidade significativa de vídeos, há muitas discussões sobre o lugar onde realmente se deu o cerco.

 Cronologia dos eventos - 19 de abril de 1993 - o final do cercoTime Event
05:50 Os agentes ligam para a sede dos davidianos para adverti-los de que iniciarão as atividades com tanques e dizer para que eles se protegessem. Os policiais dizem que os davidianos que atenderam o telefone nada responderam, além de jogaram o telefone e a linha para fora, na porta da frente.
05:55 O grupo responsável pela negociação do FBI coloca dois veículos blindados de combate de engenharia (CEV) para os edifícios. O CEV1 vai para a esquerda dos edifícios e o CEV2 vai para a direita.[15]
06:00 O equipamento de escuta do FBI plantado na parede do edifício grava a voz de um homem dentro do complexo dizendo "Levantem-se todos, comecemos a orar", em seguida, "Pablo já você derramou aquilo" … "Ahn" … "Você já derramou?" … "No corredor" … "As coisas estão derramadas, certo?" O CEV1 recebe ordens para pulverizar duas garrafas de gás lacrimogêneo no canto esquerdo do prédio.[15]
06:04 O veículo blindado começa a bombear gás lacrimogêneo para dentro do complexo de Monte Carmelo depois de rasgar um buraco na parede da frente. Os agentes dizem que o buraco não apenas permitia a inserção do gás, mas também oferecia a oportunidade de fuga. Um agente vê tiros partindo de dentro em direção aos veículos blindados.[15]
06:10 O equipamento de escuta registra as frases "não derrame tudo agora, talvez precisemos de mais depois"… "jogue o gás lacrimogêneo para fora" Ouve-se o negociador do FBI, Byron Sage, dizer "É a hora de as pessoas saírem". A escuta grava um homem dizendo "o quê?" e depois, "sem chance".
06:12 A escuta grava os davidianos dizerem "Eles vão matar a nós todos", e depois "Eles não querem nos matar".
06:31 O edifício é inteiramente tomado pelo gás.[15]
06:47 O FBI arremessa dispositivos de gás lacrimogêneo através das janelas.[15]
07:23 A escuta grava um davidiano dizer, "O combustível tem de ir todo para começar. Então um segundo homem diz, "Bem, há duas latas aqui, se forem derramadas logo".
07:30 CEV1 invade o prédio e insere mais gás lacrimogêneo. Os davidianos atiram no CEV1.[15]
07:48 As gravações registram o pedido de um agente do FBI, que solicita permissão para disparar gás lacrimogêneo de uso militar. Permissão obtida, são disparadas duas cápsulas.[15]
07:58 O CEV2 faz um buraco e depois mais outro é feito pelo CEV1. Então os veículos se retiram.[15]
08:08 O agente a bordo do CEV reporta que a cápsula militar ricocheteou na casamata e não entrou.[15]
08:24 A escuta do FBI se encerra.[15]
09:00 Os davidianos desfraldam um cartaz no qual se lê: "Queremos nosso telefone consertado".
09:13 CEV1 arromba a porta da frente para despejar mais gás.[15]
09:20 A escuta do FBI registra uma reunião iniciada às 07:30 entre vários homens não identificados.[16]
UM: "Eles têm duas latas de combustível Coleman lá?"
UM: "Vazias"
UM: "Tudo isso?"
UM: "Nada mais."
10:00 Um homem é visto agitando uma bandeira branca no lado sudoeste do complexo. Ele é advertido através de alto-falantes para se render ele deve sair. Ele não sai. Ao mesmo tempo um homem sai para recuperar o telefone e a linha telefônica.
11:30 Mais gás é jogado pela frente, fazendo-se mais outro buraco grande. O CEV2 original apresenta dificuldades mecânicas.[15]
11:43 Outra vez se insere mais gás, com o veículo blindado movendo-se para dentro do prédio para atingir a casamata de concreto na qual os agentes do FBI creem que os davidianos estejam escondidos para evitar o gás.
11:45 A parede traseira do lado direito desmorona.[15]
12:03 O veículo blindado atinge um dos cantos do lado direito.
12:07 As primeiras chamas visíveis aparecem em duas manchas na frente do edifício. Os agentes dizem que os davidianos acenderam as chamas, alegando que viram um homem vestido de preto com as mãos em concha e depois viram as chamas assim que ele levantou as mãos.
12:09 Ruth Riddle sai com um disquete de computador em sua jaqueta contendo o manuscrito de Koresh sobre os Sete Selos. O terceiro foco de incêndio detectado no primeiro pavimento.[15]
12:10 As chamas espalham-se rapidamente por todo o edifício, alimentadas pelo fortes ventos. O edifício se incendia muito rapidamente.
12:12 É feita uma chamada para o Corpo de Bombeiros de Waco, que despacha dois caminhões para a ocorrência. Logo em seguida, o Corpo de Bombeiros de Bellmead também envia dois caminhões.
12:22 Os caminhões de bombeiros chegam ao lugar, seguidos pelos de Bellmead.
12:25 Há uma grande explosão no lado esquerdo. Um objeto é arremessado para o ar, ricocheteia no topo de um ônibus branco e cai no gramado.
12:30 Parte do telhado desmorona. Por volta desse horário há várias outras explosões e testemunhas afirmam terem ouvido o som de tiros, barulhos esses atribuídos pelo FBI ao fato de a munição estar pegando fogo.
12:43 Mais caminhões de bombeiros chegam ao complexo de Monte Carmelo.
12:55 O incêndio começa a diminuir.
15:45 David Koresh está morto, declaram as autoridades.

 Eventos relacionadosVer artigo principal: Atentado de Oklahoma City
Ver artigo principal: Massacre de Columbine
O Atentado de Oklahoma City foi um atentado terrorista em 19 de abril de 1995 contra o o complexo de edifício Alfred P. Murrah, pertencente ao governo dos Estados Unidos no centro de Oklahoma City, Oklahoma. O ataque resultou em 168 mortes e mais de 800 feridos. Até os ataques de 11 de setembro de 2001, foi o ato mais letal de terrorismo em solo americano e permanece sendo o mais letal de terrorismo doméstico na História dos Estados Unidos.[17] Poucos dias após o atentado, Timothy McVeigh e Terry Nichols estavam em custódia por sua atuação no atentado. As investigações determinaram que McVeigh e Nichols eram simpatizantes da milícia antigoverno e seus motivos tinham em parte origem na ação do governo dos Estados Unidos nos incidentes do Cerco de Waco e em Ruby Ridge.[18]

Eric Harris, um dos estudantes responsáveis pelo Massacre de Columbine, escreveu sobre como ele e seu comparsa Dylan Klebold queriam "superar" os trágicos eventos como os tumultos de 1992 em Los Angeles, o cerco de Waco e o atentado de Oklahoma City.

 Ver tambémAtentado de Oklahoma City
David Koresh
Jim Jones
Jonestown
Ruby Ridge[1]
Seita
[editar] Leituras adicionaisChristopher Whitcomb. Cold Zero: Inside the FBI Hostage Rescue Team. ISBN 0-552-14788-5. (em inglês)
David Thibodeau. A Place Called Waco: A Survivor's Story. ISBN 1-891620-42-8 (em inglês)
The Waco Holocaust Museum http://www.public-action.com/SkyWriter/WacoMuseum/ (em inglês)
Referências1.↑ Justin Sturken and Mary Dore (2007-02-28). Remembering the Waco Siege. ABC News. Página visitada em 2008-06-23.
2.↑ The British Waco survivors, by Ed Caesar, The Sunday Times, 14.12.08.
3.↑ a b c d e f g h i j k l Neil Rawles. Inside Waco [Television documentary]. Channel 4/HBO.
4.↑ From the Report of the Department of the Treasury on the Bureau of Alcohol, Tobacco, and Firearms Investigation of Vernon Wayne Howell also known as David Koresh, September, 1993, Appendix D, 136-140.
5.↑ a b c [Psychotherapy Networker, March/April 2007, "Stairway to Heaven; Treating children in the crosshairs of trauma". Excerpt from the book The Boy Who Was Raised as a Dog by Bruce Perry and Maia Szalavitz.
6.↑ FBI. Report to the Deputy Attorney General on the Events at Waco, Texas/Child Abuse. Página visitada em 2009-01-08.
7.↑ Nick Davies. "Lost in America", The Guardian, 1994-01-14.
8.↑ w:en:Waco: The Rules of Engagement contém várias sequências das gravações dos negociadores do FBI.
9.↑ a b U.S. ignores religion's fringes. USA Today (2001-10-04).
10.↑ FBI. Report to the Deputy Attorney General on the Events at Waco, Texas/Attitudes of Koresh and others in the Compound. Página visitada em 2009-01-08.
11.↑ "Tanks, chemicals couldn't break resolve of cultists," Associated Press, Washington Times, April 23, 1993.
12.↑ a b c d e two experts from the University of Maryland's Department of Fire Protection Engineering. Report to the Deputy Attorney General on the Events at Waco, Texas/The Aftermath of the April 19 Fire ("The Fire Development Analysis" section). Página visitada em 2008-04-17.
13.↑ Waco: The Rules of Engagement, 1997 film directed by William Gazecki, produced by Michael McNulty. Congressional testimony and interviews of Davidian survivors David Thibodeau, Clive Doyle and Derek Lovelock.
14.↑ David Thibodeau, A Place Called Waco: A Survivor's Story, Public Affairs 1999, ISBN 1-891620-42-8.
15.↑ a b c d e f g h i j k l m n Daniel Klaidman & Michael Isikoff. A fire that won't die. Newsweek.
16.↑ Newport, Kenneth G. C.The Branch Davidians of Waco: The History and Beliefs of an Apocalyptic Sect, 294-301 (The FBI transcript quote is on page 298.) (Oxford University Press, 2006). ISBN 0-19-924574-6, 9780199245741
17.↑ . Antes do 11 de setembro, o mais letal ato terrorista fora o Atentado de Lockerbie, contra o Voo 103 da Pan Am, que matou 183 americanos, dentre as 270 pessoas na aeronave.
18.↑ Prosecution tries to link Nichols, McVeigh through literature "The government has argued that McVeigh and Nichols were incensed over how federal agents handled the 1993 clash with the Branch Davidian cult in Waco in which 80 cult members died."; retrieved March 15, 2008.
[editar] Livros (em inglês)Anthony, D. and T. Robbins (1997). "Religious totalism, exemplary dualism and the Waco tragedy." In Robbins and Palmer 1997, 261–284.
Bell, Randall (2009), Strategy 360, Laguna Beach, CA: Owners Manual Press, ISBN 9781933969169
Christopher Whitcomb. Cold Zero: Inside the FBI Hostage Rescue Team. ISBN 0-552-14788-5. (Also covers Ruby Ridge.)
Docherty, Jayne Seminare. Learning Lessons From Waco: When the Parties Bring Their Gods to the Negotiation Table (Syracuse, New York: Syracuse University Press, 2001). ISBN 0-8156-2751-3
Kerstetter, Todd. "'That's Just the American Way': The Branch Davidian Tragedy and Western Religious History", Western Historical Quarterly, Vol. 35, No. 4, Winter 2004.
Kopel, David B. and Paul H. Blackman. No More Wacos: What’s Wrong With Federal Law Enforcement and How to Fix It (Amherst, New York: Prometheus Books, 1997). ISBN 1-57392-125-4
Lewis, James R. (ed.). From the Ashes: Making Sense of Waco (Lanham, Maryland: Rowman & Littlefield, 1994). ISBN 0-8476-7915-2 (cloth) ISBN 0-8476-7914-4 (paper)
Linedecker, Clifford L. Massacre at Waco, Texas: The Shocking Story of Cult Leader David Koresh and the Branch Davidians (New York: St. Martin’s Paperbacks, 1993). ISBN 0-312-95226-0
Lynch, Timothy. No Confidence: An Unofficial Account of the Waco Incident (Washington: Cato Institute, 2001).
Moore, Carol. The Davidian Massacre: Disturbing Questions Abut Waco Which Must Be Answered." (Virginia: Gun Owners Foundation, 1995). ISBN 1-880692-22-8
Newport, Kenneth G. C. "The Branch Davidians of Waco: The History and Beliefs of an Apocalyptic Sect" (Oxford University Press, 2006). ISBN 0-19-924574-6, 9780199245741
Reavis, Dick J. The Ashes of Waco: An Investigation (New York: Simon and Schuster, 1995). ISBN 0-684-81132-4
Tabor, James D. and Eugene V. Gallagher. Why Waco?: Cults and the Battle for Religious Freedom in America (Berkeley: University of California Press, 1995). ISBN 0-520-20186-8
Thibodeau, David and Leon Whiteson. A Place Called Waco: A Survivor's Story (New York: PublicAffairs, 1999). ISBN 1-891620-42-8
Wright, Stuart A. (ed.). Armageddon in Waco: Critical Perspectives on the Branch Davidian Conflict (Chicago: University of Chicago Press, 1995).

DAVID KORESH




David Koresh (Houston, 17 de agosto de 1959 – Monte Carmelo, Waco, 19 de abril de 1993), nascido Vernon Wayne Howell, foi o líder do Ramo Davidiano, uma seita, que acreditava ser o seu último profeta. Vernon Howell mudou legalmente seu nome para David Koresh em 15 de maio de 1990. Uma investida do Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives, que levou ao subsequente Cerco de Waco pelo FBI terminou com o incêndio da sede dos seguidores do Ramo Davidiano, Monte Carmelo, nas adjacências de Waco, Texas. Koresh, mais 54 adultos e 21 crianças morreram no incêndio.


Início
Koresh nasceu em Houston, Texas, filho de uma mãe solteira de 14 anos, Bonnie Sue Clark.[1] Seu pai era um rapaz de 20 anos, de nome Bobby Howell. O casal jamais se casou. Dois meses antes do nascimento de Koresh, seu pai encontrou outra adolescente e abandonou Bonnie Sue. Koresh nunca conheceu o pai e sua mãe passou a coabitar com um violento alcoólatra[1]. Em 1963, a mãe de Koresh abandonou esse homem e deixou o filho, então com 4 anos, sob os cuidados da avó do menino, Earline Clark. Sua mãe retornou quando ele estava com 7 anos, após o casamento com um carpinteiro chamado Roy Haldeman. Haldeman e Clark tiveram um filho chamado Roger, nascido em 1968.
Koresh descreveu sua primeira infância como solitária e se diz que ele teria sofrido estupro por parte de meninos mais velhos quando estaca com 8 anos[1]. Um mau estudante, antes de ter sido descoberto portador de dislexia, Koresh saiu cedo da escola. Em consequência de suas baixas habilidades escolares, foi posto em classes de educação especial e apelidado "Vernie" pelos colegas[2] mas com 11 anos, ele havia memorizado] todo o Novo Testamento[1].
Aos 19 anos, Koresh envolveu-se com uma menina de 15, que acabou grávida[1]. Ele declarou ter nascido novamente enquanto cristão na Convenção Batista do Sul e mais tarde juntou à igreja frequentada por sua mãe, a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ali ele se apaixonou pela filha do pastor e enquanto orava por orientação ele "abriu os olhos" e alegadamente encontrou a Bíblia aberta no capítulo 34 do livro de Isaías, convencendo-se de que ali estava um sinal divino, ele aproximou-se do pastor e disse que Deus queria que ele tivesse a sua filha por esposa. O pastor rejeitou-o e quando Koresh continuou a persistir na perseguição à filha do pastor, este expulsou-o da congregação[1].
Em 1981 ele mudou-se para Waco, Texas, onde se juntou ao Ramo Davidiano, um grupo religioso originado de um cisma na década de 1950, quando os membros do grupo Shepherd's Rod desligaram-se eles próprios da Igreja Adventista do Sétimo Dia na década de 1930. Eles se estabeleceram num rancho a 16km (10 milhas) de Waco e deram ao lugar o nome de "Monte Carmelo", inspirados no Monte Carmelo mencionado na Bíblia, em 1955.

 Ascensão à liderança do Ramo Davidiano

Em 1983, Koresh começou a autoproclamar profeta. No mesmo ano, Lois Roden - então líder - autorizou Koresh a passar sua própria mensagem, o que causou controvérsia no grupo. O filho de Lois Roden, George Roden pretendia ser o próximo líder do grupo e considerou Koresh um intruso. Quando Koresh anunciou que Deus o havia instruído para se casar com Rachel Jones (e que então adicionou Koresh ao nome), houve um curto período de calma em Monte Carmelo, mas isto se provou apenas temporário. Na luta pelo poder que se seguiu, George Roden, declarando ter o apoio da maioria do grupo, forçou Koresh e seu grupo a sair de Monte Carmelo com armas apontadas nas costas.
Koresh e mais 25 seguidores fixaram-se em Palestine, Texas, a 145km (90 milhas) de Waco, onde eles viveram sob condições difíceis em ônibus e barracas pelos dois anos seguintes, nos quais Koresh realizou o recrutamento de novos seguidores na Califórnia, no Reino Unido, em Israel e na Austrália. Em 1985 Koresh viajou a Israel, onde declarou ter tido uma visão de que ele próprio era o Ciro, o Grande dos dias atuais. O fundador do Ramo Davidiano, Victor Houteff, queria que isto fosse o desígnio de Deus implementar e estabelecer o reino davídico na Palestina, em Israel. Koresh também queria ser instrumento de Deus e estabelecer o reino de David em Jerusalém. Pelo menos até 1990, ele acreditava que o local de seu martírio poderia estar em Israel, mas em 1991 ele convenceu-se de que seu martírio seria nos Estados Unidos. Em vez de Israel, ele disse que as profecias de Daniel seriam cumpridas em Waco, e que o Centro de Monte Carmelo era o reino de David[3].
No acampamento, em Palestine, Texas, Koresh "esforçou-se de modo que todos acreditassem e confiassem nele, e apenas nele. Todas as ligações anteriores, fossem elas familiares ou de outra natureza, nada mais significavam. Sua lógica era a de que se eles tinham que depender de alguém, que então dependessem dele, Koresh, de modo que ficassem vulneráveis"[4]. Nesta época, ele já havia começado a divulgar a mensagem que ele próprio era o Cristo, proclamando que ele era "o Filho de Deus, o cordeiro que poderia abrir os Sete Selos"[3].
Lois Roden faleceu em 1986. Até então Koresh ensinava que a monogamia era a única forma correta para se viver, mas repentinamente anunciou que a poligamia era válida para ele. Em março de 1986, Koresh dormiu pela primeira vez com Karen Doyle, de 14 anos[5]. Ele a tomou como sua segunda esposa. Em agosto do mesmo ano, Koresh começou a dormir em segredo com Michele Jones, a irmã mais jovem de sua esposa, então com 12 anos. Em setembro de 1986 Koresh começou a pregar que ele tinha o direito de possuir 140 esposas, 60 delas como suas "rainhas" e as demais 80 como suas concubinas, direito esse que teria sido baseado na interpretação do Cântico de Salomão[4]. Koresh então construiu sua nova ideologia totalmente em torno de seu "casamento" com Doyle. Essa teologia foi denominada "Nova Luz", pregando uma doutrina de poligamia para ele mesmo, o que ele chamou de "A Casa de David". De acordo com essa doutrina, Doyle teria uma filha chamada Shoshanna, que se casaria com o primogênito de Koresh, Cyrus. Contudo, Doyle não pôde conceber, e Koresh então transferiu sua atenção à irmã de sua esposa. O ex-davidiano David Bunds disse que a doutrina poligâmica pregada por Koresh "despertou seu profundo desejo de ter relações sexuais com meninas. Depois que ele foi capaz de se convencer de que aquilo era a vontade de Deus, em seguida, ele foi capaz de ser livre de culpa e de ter relações sexuais com tantas jovens quantas ele fosse capaz de pôr as mãos"[5].
No final de 1987, o apoio a George Roden's havia declinado. Para recuperá-lo, ele desafiou Koresh para uma disputa na qual eles levantariam os mortos, desenterrando um cadáver para fazê-lo. Koresh foi à polícia para acusar Roden de vilipêndio a cadáver, mas foi-lhe dito que ele deveria ter provas do fato (p. ex., uma fotografia do cadáver exumado). Koresh retornou a Monte Carmelo disfarçado, com sete seguidores armados. Todos menos um - que pôde escapar - foram presos pela polícia local, que tinha sido alertada de um tiroteio[1]. Quando os xerifes chegaram, eles encontraram Koresh e seis seguidores atirando com rifles em Roden, também armado. Roden já tinha sido ferido e se escondeu atrás de uma árvore. O xerife ligou para o telefone da capela e mandou que Koresh se rendesse[6]. Como consequência do incidente, Koresh e seus seguidores foram acusados de tentativa de homicídio. No julgamento, o depoimento de Koresh foi no sentido de que ele fora a Monte Carmelo para conseguir provar a evidência do vilipêndio a cadáver praticado por Roden. Os seguidores de Koresh foram absolvidos e no caso de Koresh o julgamento foi cancelado.
Em 1989 Roden assassinou Wayman Dale Adair com um machadada no crânio após Adair declarar-se o verdadeiro Messias[7]. Roden foi acusado de homicídio e mantido num hospital psiquiátrico em Vernon, Texas. Em função de Roden possuir uma dívida tributária de milhares de dólares, Monte Carmelo foi posto à venda. Koresh e seus seguidores levantaram o dinheiro e compraram a propriedade, que foi renomeada "Rancho Apocalipse"[1]. Roden continuou a atormentar a facção de Koresh mediante a apresentação de documentos legais enquanto estava preso. Quando Koresh e seus seguidores compraram Monte Carmelo, eles descobriram que os inquilinos que tinham alugado a propriedade quando Roden ainda era proprietário haviam deixado para trás um laboratório de metanfetamina, fato denunciado por Koresh ao departamento de polícia local e pediu para que fosse removido[8][9].

 Mudança de nome

O nome Koresh é uma transliteração do nome persa de Ciro, o rei persa que permitiu aos judeus vitimados pela diáspora feita por Nabucodonosor II da Babilônia retornassem à sua terra. Durante o cerco, Koresh explicaria aos negociadores do FBI que (ao menos nas mente dele) "koresh" tinha um significado mais profundo:
Koresh: "O que Cristo revelou como sendo, de acordo com o quarto selo?"
FBI: "Um cavaleiro sobre um cavalo."
Koresh: "E qual é o seu nome?"
FBI: "Morte."
Koresh: "Agora, você sabe o que significa o nome Koresh?"
FBI: "Prossiga..."
Koresh: "Significa morte."[10]
Koresh ou Khoreich é também um sobrenome comum entre grupos no sul do Líbano, na Palestina, na Jordânia e na Arábia Saudita. A tradução para o árabe é "o homem inteligente".

 Acusações de abuso infantil e estupro presumido

Koresh negou todas as acusações de pedofilia e abuso de crianças em entrevistas pública. A mídia, no entanto, criticava duramente os davidianos e os porta-vozes do governo dos Estados Unidos contavam histórias pesadas sobre a vida pessoal de Koresh.
Foi alegado que Koresh advogava a poligamia para si, e dizia ser casado com várias mulheres da pequena comunidade[1][6]. Alguns ex-membros da seita também alegaram que Koresh podia requerer qualquer uma das mulheres da comunidade para si[1][6].
Em 1993 o relatório do Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou alegações de abuso de crianças e abusos físicos. O agente especial da ATF, David Aguilera, entrevistou a ex-davidiana Jeannine Bunds, a qual havia dito que Koresh era o pai de pelo menos 15 crianças com várias mulheres e adolescentes no grupo. De acordo com Bunds, algumas das moças tornaram-se mães de filhos de Koresh com idades de até 12 anos. Ela disse ser ela própria mãe de sete dessas crianças. Bunds também disse que Koresh podia anular todos os casamentos de membros do grupo por ele liderado. Assim ele tinha acesso sexual exclusivo às mulheres. Ele também teria tido relações sexuais regulares com moças jovens[11] In his book, James Tabor states that Koresh acknowledged on a videotape sent out of the compound during the standoff that he had fathered more than 12 children by several "wives", some of whom were as young as 12 or 13 when they became pregnant.[12]. O teste de ADN realizado em mulheres e crianças que apareceram no vídeo que morreram no incêndio subsequente confirmaram que, de fato, algumas das crianças tinham Koresh por pai. Em 3 de março de 1993, durante negociações para garantir a libertação das crianças remanescentes, Koresh advertiu o grupo de negociadores: "meus filhos são diferentes das demais crianças" referindo-se à sua linhagem direta, em oposição às crianças libertadas anteriormente.
Na época o Texas tinha a idade mínima para casamento com o consentimento familiar de 14 anos, sendo essa também a idade de consentimento para a manutenção de relações sexuais. No documentário Waco:The Rules of Engagement, Jack Harwell, o xerife do Condado de McLennan, declarou:
Kiri Jewell, daughter of Branch Davidian Sherri Jewell, claimed in testimony before Congress in 1995 that she was sexually molested at the age of 10 by Koresh, who then read to her from the Bible. She originally related the incident in a 1992 custody battle, and the judge ordered that she be kept away from Koresh and Mount Carmel.
"Você tem que ter provas para ir ao tribunal... Lembre-se, também, que a maioria das meninas que estiveram envolvidas tinham pelo menos 14 anos de idade e meninas com 14 anos de idade podem se casar com o consentimento dos pais. Portanto, se os pais delas estavam lá e deixaram as coisas acontecerem na forma de atividade sexual e o que você tem com os seus filhos de 14 anos de idade, você tem maridos e esposas consuetudinários. Uh, eu não digo que concordo com isso e que eu aprovo isso. Mas, ao mesmo tempo, se os pais estão lá e eles estão dando o consentimento parental, temos um problema ao caracterizar o caso".
Kiri Jewell, filha de Sherri Jewell, alegou, em depoimento perante o Congresso em 1995 que ela foi molestada sexualmente aos 10 anos de idade por Koresh, que, em seguida, leu para ela a Bíblia. Ela relatou o incidente em 1992, durante uma audiência judicial em 1992, na qual o juiz ordenou que ela fosse mantida longe de Koresh e de Monte Carmelo.[13] Embora admitindo que o depoimento de Jewell pudesse ser verdadeiro, o advogado de Steve Schneider, o braço direito de Koresh, levantou dúvidas sobre a veracidade do seu depoimento. Em sua aparição nas audiências em Waco, Jack B. Zimmermann afirmou: "Há dúvidas sobre as declarações contraditórias que ela fez no passado. Agora, isto pode ser 100 por cento verdade".

 Ataque e cerco

Como o impasse continuou, Koresh, que foi gravemente ferido por um tiro, junto com seus líderes mais próximos do sexo masculino negociaram atrasos, possivelmente para que ele pudesse escrever documentos religiosos. Ele disse que precisava terminá-los antes que se rendesse. Suas conversas com os negociadores eram densas no que diz respeito às imagens bíblicas. Os negociadores federais trataram a situação como uma crise de reféns, apesar de uma fita de duas horas de vídeo enviada pelos davidianos surgiu mostrando que os adultos, as crianças mais velhas e os adolescentes explicavam de forma clara e confiante porque escolheram de livre vontade de permanecer com Koresh.
O cerco a Monte Carmelo, que durou 51 dias, acabou quando a Procuradora-Geral dos Estados Unidos, Janet Reno, aprovou as recomendações de agentes veteranos do FBI no sentido de realizar uma investida final, na qual os membros do Ramo Davidiano seriam removidos do prédio à força. No curso dessa investida, a igreja da sede pegou fogo. A causa do incêndio de acordo com o Relatório Danforth (Danforth Report), um relatório realizado com poderes conferidos pelo Conselho Especial, como ação deliberada de alguns membros da igreja dentro do edifício[14] Embora esta hipóteses seja discutida no documentário Waco: The Rules of Engagement, que argui que o fogo foi começado pelo FBI, que atirou um dispositivo incendiário no prédio após encher o edifício com Gás CS[15]. No julgamento subsequente dos membros sobreviventes do grupo, o júri ouviu partes editadas de uma gravação feita com microfones ocultos em Monte Carmelo durante o ataque final e o incêndio de 19 de abril. Consistiam de sons de estática nos quais se podia ouvir fracamente uma voz dizendo ". . . fogo . . . ". Um especialista do governo testemunhou que, através de aprimoramento eletrônico, ele reconstruiu alguns comentários claramente incriminadores, mesmo que o júri não tenha podido ouvi-los[16]. Mais tarde foi revelado que o FBI, quando atendeu as demandas de leite para o bem-estar das crianças, também enviou junto minúsculas aparelhagens de escuta nas caixas de leite e nos recipientes de isopor[17].
Barricados em sua sede, 76 membros do Ramo Davidiano, incluindo Koresh, não sobreviveram ao incêndio. Dezessete dessas vítimas eram crianças e adolescentes com menos de 17 anos. O relatório Danforth afirma que aqueles que morreram eram incapazes de fugir ou não queriam fazê-lo e que Steve Schneider, o braço-direito] de Koresh provavelmente atirou em Koresh e se matou com a mesma arma. Waco: The Rules of Engagement diz que os atiradores de elite do FBI atiraram e mataram muitos membros do Ramo Davidiano que conseguiram escapar do incêndio. Testemunhos dos poucos membros que conseguiram fugir do incêndio reforçam essa versão. Os registros de autópsias indicam que pelo menos 20 membros do Ramo Davidiano foram mortos por armas de fogo, inclusive 5 crianças. O relatório Danforth concluiu que os adultos que morreram com tiros atiraram em si próprios depois de atirarem nas crianças.

 Consequências

David Koresh foi enterrado no Memorial Park Cemetery, em Tyler, Texas.
O ataque a Monte Carmelo e o incidente de Ruby Ridge (ocorrido em 1992) foram citados por Timothy McVeigh e Terry Nichols como motivações para o Atentado de Oklahoma City, ocorrido em 19 de abril de 1995, feito para coincidir com o segundo aniversário do fim do Cerco de Waco.
Em 2004, o Chevrolet Camaro, ano 1968, pertencente a Koresh, danificado pelos militares durante o cerco foi vendido por 37000 dólares num leilão[18].
Em 23 de janeiro de 2009, a mãe de Koresh, Bonnie Clark Haldeman, foi esfaqueada até a morte em Chandler, Texas. A irmã dela, Beverly Clark, foi acusada pelo homicídio[19].

 Artigos relacionados

 Bibliografia

  • Reavis, Dick J. The Ashes of Waco: An Investigation (New York: Simon and Schuster, 1995). ISBN 0-684-81132-4
  • Samples, Kenneth et al. Prophets of the Apocalypse: David Koresh & Other American Messiahs (Grand Rapids: Baker, 1994). ISBN 0-8010-8367-2

Referências

  1. a b c d e f g h i j Wilson, Colin (2000), The Devil's Party, London: Virgin Books, ISBN 1-85227-843-9 
  2. Final 24 Episode on David Koresh,
  3. a b Valentine, Carol A. (2001), David Koresh and The Cuckoo's Egg - pt. 3, http://www.public-action.com/SkyWriter/WacoMuseum/burial/page/b_kce3.html 
  4. a b Samuelson, Eric (1993), Subject: Initial Waco Chronology (Part 1/2), Austin, Texas, http://www.skepticfiles.org/waco/batf.htm 
  5. a b Mann, John (1999), Discussion with David Bunds Part 1 - David Bunds to John Mann 29 June 1999, http://www.btinternet.com/~fountain/koresh/bunds.html 
  6. a b c Secretary Of The Treasury (1993), Report of The Department Of The Treasury on the Bureau Of Alcohol, Tobacco, And Firearms Investigation of Vernon Wayne Howell also known as David Koresh, Washington D.C.: Department of the Treasury, ISBN 0-16-042025-3, http://carolmoore.whatwouldgandhido.net/waco/waco-treasury-report1.html 
  7. Marc Breault and Martin King, Inside the Cult, Signet, 1st Printing June 1993. ISBN 978-0451180292. (Australian edition entitled Preacher of Death).
  8. Thibodeau, David (1999), The truth about Waco, http://www.salon.com/news/feature/1999/09/09/waco/ 
  9. Thomas R. Lujan, "Legal Aspects of Domestic Employment of the Army", Parameters US Army War College Quarterly, Autumn 1997, Vol. XXVII, No. 3.
  10. Excerpt from transcript of conversation between Koresh and an FBI negotiator (John #4) discussing the Book of Revelation, March 7, 1993, early evening.
  11. U.S. Department of Justice (1993), "Evidence of Historical Child Sexual and Physical Abuse", Report to the Deputy Attorney General on the Events at Waco, Texas February 28 to April 19, 1993 (From ATF Affidavit in Support of Arrest of Koresh, taken from ATF Special Agent Aguilera's interview of former compound resident Jeannine Bunds, included in Agent Aguilera's affidavit in support of the Koresh arrest warrant "Davy Aguilera, Special Agent Bureau of ATF, Subscribed and sworn to before me this 25th day of February 1993 Dennis G. Green United States Magistrate Judge Western District of Texas - Waco" (Redacted ed.), Washington, D.C.: U.S.DoJ, http://www.usdoj.gov/05publications/waco/wacotocpg.htm#toc, visitado em February 4, 2007 
  12. Tabor, James D.; Gallagher, Eugene V. (1997), Why Waco?: Cults & the Battle for Religious Freedom in America, Berkeley, California: University of California Press, ISBN 9780520208995 
  13. Smith, J.B.. "Youthful Nightmares - Children of Mount Carmel haunted by Davidian days", Waco Tribune-Herald, April 7, 2003.
  14. Danforth, John (2000), Final report to the Deputy Attorney General concerning the 1993 confrontation at the Mt. Carmel Complex, Waco, Texas November 8, 2000 by John C. Danforth, Special Counsel, http://www.waco93.com/Danforth-finalreport.pdf 
  15. Danaher, Kevin. SWAT takes on fire and smoke. Police Magazine. Página visitada em January 16, 2007.
  16. Tausch, Egon Richard, The Branch Davidian Trial, http://www.firearmsandliberty.com/waco.tausch.html 
  17. Jamar, Jeff (1995), FBI commander at Waco speaking on "Frontline" Show #1401 Air Date: October 17, 1995., http://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/waco/wacotranscript.html 
  18. http://www.sfgate.com/cgi-bin/article.cgi?f=/c/a/2004/09/26/MNGGP8VDP51.DTL
  19. http://www.kltv.com/global/story.asp?s=9726691