sexta-feira, 28 de setembro de 2012

PARAQUEDISMO MILITAR - PIONEIRO DO CURSO DE PRECURSOR


PIONEIRO DO CURSO DE PRECURSOR 


          O paraquedismo militar brasileiro nasceu em 1944 da técnica e do modus operandi do Paraquedista militar norte-americano, com todo seu acervo de conhecimentos táticos e técnicos. A evolução dos tempos até os dias atuais trouxe diversas modificações, quer nos equipamentos e materiais utilizados, quer nas próprias concepções táticas de emprego dessa tropa especial.

          No ano de 1944, o Brasil enviou ao Fort Benning, EUA, o Cap Roberto de Pessoa, com a honrosa missão de iniciar as atividades de Paraquedista militar em nosso Exército. No ano seguinte, uma equipe composta de oficias e sargentos seguiu os passos do então Cap De Pessoa, trazendo-nos em seu retorno as técnicas, os métodos, os problemas, as preocupações, os objetivos a atingir e até mesmo a mentalidade a incutir no combatente Paraquedista. Esta equipe foi responsável, desta forma, pela implantação da Escola de Paraquedistas do Exército Brasileiro, em 1945. 

          Neste contexto, surgiu a necessidade da formação de especialistas precursores para, dentre outras funções, lançarem a recém-formada tropa Paraquedista brasileira. Com este propósito, no ano de 1948 foi enviado ao Fort Benning, o 1º Ten Eng CELSO NATHAN GUARANÁDE BARROS, para freqüentar o Curso de Pathfinder daquele país. Integrante da primeira turma de Paraquedistas enviado ao Fort Benning, em 1945, o Ten Guaraná servia na ocasião como instrutor dos cursos de Mestre de Salto e de Comunicações da Companhia de Especialistas.

          De volta ao Brasil, o então Cap Guaraná, "Prec Uno" do Exército Brasileiro, iniciou uma longa jornada para montar o Curso de Precursor Paraquedista na Escola de Paraquedistas. Após anos de planejamento e preparação, em dezembro de 1951 foi concluído o primeiro Curso de Paraquedista Precursor (denominação do curso na época), coordenado pelo Cap Guaraná e tendo como instrutores e monitores cinco oficiais e sargentos que com ele trabalhavam nos cursos de Mestre de Salto e de Comunicações, ao mesmo tempo em que foram matriculados como alunos. Este fato tornar-se-ia histórico como o primeiro curso de especialização combatente conduzido em nosso Exército.

          Em 21 de fevereiro de 1951 foi criado o Pelotão Precursor subordinado à Cia Cmdo da Escola de Paraquedistas. A partir de então a técnica foi evoluindo, como o primeiro lançamento rádio e o primeiro lançamento noturno com o Precursor precedendo a tropa, ambos em 1952. 

          No início de suas atividades, o Pelotão Precursor foi utilizado como Unidade de Salvamento, introduzindo o Serviço de Busca e Salvamento (SAR) nas Forças Armadas. 
          Em 1954 foi realizado o primeiro Treinamento Específico de Auxiliar de Precursor, introduzindo a especialidade no nível dos cabos e soldados. Criava-se assim, o Auxiliar de Precursor, figura ímpar e altaneira, braço direito do Precursor em suas missões.

          Em 1957, foi introduzido o Curso de Forças Especiais (CFEsp) no Exército Brasileiro (na época, Curso de Operações Especiais) conduzido pelos instrutores e monitores do Curso de Precursor Paraquedista na ocasião. Coube ao então Maj Gilberto - Prec 08, que no ano anterior visitara tropas de forças especiais em Fort Bragg, EUA, coordenar os trabalhos de elaboração e desenvolvimento do curso.

          Ainda em 1957, foi criado na Escola de Paraquedistas o Curso de Ações de Comandos (CAC), derivado do Curso de Operações Especiais. Em 1964, o CAC passou a ser pré-requisito, juntamente com os cursos Bas Pqdt e MS, para o C Prec Pqdt. Com isso aos precursores também foram atribuídas missões de comandos, quando solicitadas. Tal imposição, porém, gerou um problema: havia poucos militares habilitados para freqüentarem o C FEsp - cujo CAC também era indispensável - ou o C Prec Pqdt. Desta forma, em 1970 , a obrigatoriedade do CAC para o curso Prec deixou de existir. Para contornar essa situação foi criado o Estágio Básico de Combate, destinado aos voluntários ao C Prec Pqdt não possuidores do CAC. Conhecido como "comandinhos", por ser uma compactação do currículo do CAC, O estágio tinha como maior objetivo selecionar os candidatos ao C Prec. 

          Com o passar dos anos esse estágio evoluiu doutrinariamente, passando a incorporar o currículo do C Prec, como a 1ª fase. Deixou-se de enfocar ações de comandos e voltou-se para dar aos alunos subsídios de infiltração de equipes precursoras e nivelamento de conhecimentos. Essa situação perdura até os dias atuais.



O INÍCIO
..........A história da Companhia de Precursores Pára-quedista é um grande apanhado da própria história dos Precursores e da Brigada de Infantaria Pára-quedista ao longo deste mais de meio século vivido.
..........Berço das tropas especiais do Exército Brasileiro, o PRECURSOR surgiu da necessidade de se formar um especialista capaz de lançar a recém formada tropa pára-quedista brasileira.
..........Com este propósito, no ano de 1948, foi enviado para os EUA, o 1º Tenente de Engenharia Celso Nathan Guaraná de Barros, para freqüentar o curso de Pathfhinder. Com a conclusão do curso, o nosso “Prec Uno”, de imediato, deu início a uma longa jornada para introduzir o Curso de Precursor Pára-quedista na Escola de Pára-quedistas, em 1951, quando foram formados os sete pioneiros precursores da nossa Força.
A CRIAÇÃO DO PELOTÃO PRECURSOR
..........A portaria reservada nº 4-4 de 7 de janeiro de 1949 aprovava o organograma da Escola de Pára-quedistas (Es Pqdt) do Exército. Nesta portaria constava a criação de um Pelotão Pára-quedista Precursor, que só foi efetivado em 21 de fevereiro de 1951. O Pelotão Precursor (Pel Prec), como ficou conhecido, estava subordinado à Companhia de Comando (Cia Cmdo) daquela escola. Em 24 de agosto do mesmo ano apresentava-se o 1º Ten Carlos Eduardo de Miranda Lisboa, classificado na Es Pqdt e na função de comandante do Pel Prec que, até aquela data, não possuía nenhum precursor.
..........O Pel Prec, verdadeiramente, começou a existir com a conclusão do 51/1 Curso de Pára-quedista Precursor, em 14 de dezembro, com a formação dos sete pioneiros precursores, dentre eles, o comandante do Pel Pqdt Prec supracitado.
..........Um fato marcante para o pelotão foi a mudança da Cia Cmdo Es Pqdt (conhecida como “Companhia do QG”) para um dos pavilhões do antigo 2º Regimento de Infantaria na Vila Militar, numa sala à direita e à frente do prédio, atrás do gabinete do comandante. Nesta época, alternavam-se no comando do pelotão os então 1º Ten Telesca – Prec 18 e o 1º Ten Jandir Verri – Prec 19, ambos subalternos da Cia do QG, comandada pelo Cap Paranhos. Os primeiros integrantes do pelotão precursor foram: Sgt Geraldo – Prec 7, Sgt Nogueira – Prec 15, Sgt Eduwal – Prec 20 e Sgt Amarante – Prec 21. Havia ainda o 1º Sgt Luiz – Prec 22, que por sua graduação acumulava a função de sargenteante da Cia QG. Compunha ainda o pelotão o Sgt Ferreira que, apesar de não ser precursor, era possuidor de grande vibração e elevado grau de conhecimento de comunicações.
..........Neste início, ainda não havia sido elaborado um quadro de dotação de material. Os integrantes do Pel Prec procuraram reunir os equipamentos, armamentos, estações rádio e tudo o mais que julgavam necessário para o cumprimento das missões de precursores. Conseguiram um bote inflável de borracha, um rolo pioneiro, uma viatura Dodge ¾ Ton que estava indisponível no parque de manutenção (recuperada pelo pelotão) e uma estação rádio de dotação desta viatura.
..........Começaram também a compor o pessoal - sargentos, cabos e soldados, todos voluntários para aquela recém-criada tropa especializada.
AS TRANSFORMAÇÕES
..........O pelotão foi sendo muito empregado, até que em 1968, com a criação da Brigada Aeroterrestre, foi desmembrado da Cia do QG e foi criado o Destacamento Precursor.
..........Em 1972, com a mudança da Brigada Aeroterrestre para Brigada Pára-quedista, o destacamento passou a ser denominado Destacamento Precursor Pára-quedista.
..........Em 1988, com o aumento das demandas necessárias ao cumprimento das missões impostas, o Destacamento foi transformado em Companhia de Precursores Pára-quedista, com seu efetivo triplicado. Designação esta que permanece até os dias atuais





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