quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Carta do sensei Yasutaka Tanaka


Carta do sensei Yasutaka Tanaka





Minha vontade de conhecer, contar e documentar a história do nosso karate é quase uma obsessão.
No último sábado, em uma reunião da FERJKT, recebi das mãos do mestre Yasutaka Tanaka uma preciosidade, algo de valor incalculável: um caderno com as atas, resultados e detalhes dos 14 primeiros campeonatos brasileiros de karate, compreendendo o período entre 1969 e 1983.
Além disso, uma carta escrita pelo próprio sensei Tanaka, onde ele conta de forma resumida a história do karate Tradicional.
Os resultados dos campeonatos, postarei em breve na página "Resultados".
Segue abaixo a carta na íntegra:

“Em 1962, quando cheguei ao Rio de Janeiro, o karate era desconhecido pela maioria do povo carioca. Pouquíssimas pessoas tinham conhecido e treinado essa arte marcial, entre essas, o professor de educação física Lirton Monassa. Conheci Lirton e o professor de judô Almerídio Brandão, mais conhecido como Marujo, no Ginásio Brasileiro de Cultura Física. Ambos conheciam a luta e sua filosofia. Foi com a ajuda deles que consegui divulgar e popularizar o karate. Nascia então, na praia de Botafogo, a academia Kobukan, hoje CLUBE DE ARTES MARCIAIS KOBUKAN. Logo depois, Lirton Monassa tornou-se o primeiro faixa-preta brasileiro.Nas décadas de 70 e 80, já havia várias Federações Estaduais, subordinadas a uma Confederação Brasileira.Houve então uma cisão no karate estilo Shotokan mundial, sendo criadas duas federações de âmbito internacional: a W.U.K.O. (World Union Karate Organization) e a I.T.K.F. (International Traditional Karate Federation). O COI (Comitê Olímpico Internacional) reconheceu as duas federações. No entanto, aqui no Brasil não se queria reconhecer duas federações para o que se considerava um mesmo esporte. Nesse momento entra em cena o professor Manoel Tubino, que já treinara comigo e era presidente do C. N. D. ( Conselho Nacional de Desportos), órgão máximo do desporto brasileiro. Graças a ele – deixo aqui o meu agradecimento – consegui que reconhecessem que o karate Tradicional diferia do praticado pela WUKO. Com isso, pude continuar ensinando e divulgando o karate que aprendi no Japão.”

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