04/10/2009
"Ele violou-me desde os 5 ANOS"
Agrediu, ameaçou e escravizou sexualmente as suas duas filhas durante 12 anos. Violou-as pelo menos 3600 vezes. Chama-se Carlos Alberto Oliveira Correia, tem cerca de 50 anos e é já conhecido como o "monstro" de Samora Correia. "Ele violou-me desde os cinco anos e à minha irmã desde os seis. Estou feliz por ter sido preso e condenado", disse ontem, ao 24horas, uma das filhas do pedófilo detido em Junho de 2008. Após anos de sofrimento uma das jovens, actualmente com 18 anos, ganhou coragem e denunciou os abusos de que era alvo a uma vizinha, que, por sua vez, alertou as autoridades locais.
O pedófilo seria preso por inspectores da Polícia Judiciária e foi condenado, na passada quinta-feira, pelo Tribunal de Benavente, a 22 anos de cadeia. A vítima do "monstro" ouvida pelo 24horas não escondeu o seu alívio. Vestida de branco e com uns olhos verdes luminosos, a filha mais nova do criminoso disse que "foram anos de imenso sofrimento". "Não desejo a nenhuma criança aquilo que passei", desabafou. Durante o julgamento Carlos Correia ainda tentou incriminar a mulher, Cristina Lourenço, de ser sua cúmplice nos actos criminosos que praticou. De acordo com as declarações do agora recluso feitas nas audiências judiciais, a mulher chegou a ir buscar as filhas à escola para que ele pudesse satisfazer os seus desejos sexuais.
Mas o colectivo de juízes, presidido pela juíza Manuela Pereira, não deu credibilidade a estas acusações por considerar não haver provas em tal sentido. Porém, a mãe das duas jovens admitiu saber que o marido praticava sexo com as filhas. Quando foi detido, Carlos Correia estava desempregado. Já tinha sido calceteiro em Benavente e trabalhador rural em Samora Correia. Ao longo dos 12 anos que abusou das filhas nunca nenhum outro familiar ou vizinho se terá apercebido de nada... "O senhor transformou as filhas em escravas sexuais, destruiu a sua pureza e inocência. Actuou com evidente frieza. Foi uma autêntica monstruosidade que não merece perdão", lê-se no acórdão proferido pelo colectivo do Tribunal de Benavente.
Assumiu abusos mas negou agressões
Os magistrados consideraram que ficou provado que Carlos Correia violava as filhas desde 1996 até ser preso em 2008. Obrigavaas, segundo o acórdão judicial, a ter relações orais, vaginais e anais. Opedófilo recorria à violência física para obrigar as meninas a fazer aquilo que pretendia. As jovens, segundo o acórdão, choravam e pediam para o pai parar, mas Carlos Correia persistia nos abusos.
Apesar de ter confessado os crimes, o pedófilo não admitiu ao colectivo de juízes que os actos fossem forçados e negou qualquer tipo de agressões físicas às meninas, facto por elas desmentidas em tribunal. Ainda de acordo com o acórdão, Carlos Oliveira terá começado a abusar das suas filhas numa quinta de Benavente onde ele e a mulher trabalhavam como caseiros. Já em 2000 acabaram por se mudar para o Bairro Arneiro dos Corvos, em Samora Correia, e os abusos terão então começado a ser mais frequentes. O abusador, de acordo com o jornal regional "O Mirante", não trabalhava e a mulher fazia serviços domésticos para ganhar sustento para a família. Alguns vizinhos contactados ontem pelo 24horas garantem que nunca se aperceberam do drama que se vivia à porta das suas casas.
Carlos Correia foi detido logo após a leitura da sentença e levado para o Estabelecimento Prisional do Montijo. Devido ao facto de algumas testemunhas terem dito em tribunal que o recluso passava a vida em bares da localidade onde residia e estar muitas vezes "bêbado", o colectivo determinou também que ele receba tratamento contra o alcoolismo numa unidade hospitalar do Barreiro. As filhas do pedófilo estão a ser apoiadas pelos serviços da Segurança Social, quer em termos psicológicos quer em termos de integração na sociedade. Ambas têm alguns problemas em termos cognitivos.
Frequentavam a Escola Professor João Fernandes Pratas, pertencente ao Agrupamento Escolar de Samora Correia, mas agora estão a trabalhar. Contactada a responsável por este grupo de estabelecimentos escolares a resposta foi lacónica: "Trata-se de um caso que se encontra em segredo e que só as autoridades podem explicar", limitou-se a dizer Gabriela Santos. O mesmo se passou com os responsáveis pelas instituições onde as duas jovens se encontram actualmente a trabalhar sob a supervisão da Segurança Social. A mãe das meninas optou pelo silêncio. O bairro onde as vítimas vivem é considerado pelas autoridades como um dos mais problemáticos da região em termos de violência doméstica e também de criminalidade.
TRANSCRITO DE: http://www.24horasnewspaper.com/mostranews.php?id=8710
JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO!
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