Reviravolta na proposta dos mísseis antiaéreos russos para o Brasil
Uma pequena revolução ocorreu recentemente na oferta russa de mísseis para o programa de defesa aérea iniciado pelo Exército.
Após de quase um ano trabalhando exclusivamente na venda do sistema Tor M2, a estatal russa Rosoboronexport resolveu mudar de rumo e abrir o leque incluindo na sua proposta, também, as linhas Pantsir e Buk.
Segundo a Rosoboron, houve uma diferença entre a visão deles e a do Exército sobre onde exatamente ficava a fronteira entre os sistemas de baixa e de média altitude/alcance. Os brasileiros teriam achado que o Tor M2, a despeito de todas suas vantagens, por ter um envelope de engajamento limitado a 10 mil metros e 15 Km de distância, não atenderia aos objetivos brasileiros nesta compra. O sistema Pantsir por sua vez é visto pelos russos como uma "resposta" direta ao sistema Gepard alemão. Ambos são plataformas antiaéreas com mísseis e canhões sobre lagartas. A despeiro de ser bem mais antigo, o modelo alemão conta com sua vantagem logística para vencer a concorrência sobre o Pantsir por ele ser montado sobre a plataforma de um blindado Leopard. O Exército opera atualmente centenas de carros de combate desta linha. A KMW, fabricante do Gepard, o exibiu ao Exército no dia 20 de outubro do ano passado, no Campo de Instrução de Formosa.
Na compra do míssil de médio alcance os russos estão competindo diretamente com a israelense Rafael com seu sistema Spyder, com a francesa Thales e seu Crotale modernizado e com a sueca Saab com o sistema Bamse.
Por trás desta compra de sistemas antiaéreos, se encontra a preocupação tanto da FIFA quanto da Comitê Olímpico Internacional com a potencial ameaça de um ataque terrorista aos estádios, usando-se aeronaves sequestradas.Algo nos moldes do que foi o ataque do 11 de setembro em 2001 em Nova Iorque.
O programa de modernização da defesa aérea nasceu dentro do Comando do Exército, mas atualmente está sendo tocado pelo Estado Maior Conjunto das Forças Armadas dentro do Ministério da Defesa sob o controle do General Araújo Lima. No final do mês passado, as novas ofertas russas foram apresentadas pela primeira vez para uma platéia do Estado Maior da Aeronáutica, por um grupo de especialistas russos. A apresentação deste mesmo material para o Exército deve ocorrer em breve. Esta concorrência tinha no seu início um cronograma para lá de apertado, o "Request for Information" saiu na época certa, mas, o "Request for Proposals" consequente disso ainda não foi emitido...
Um fator que pode complicar mais este programa é que dentro do Ministério da Defesa está muito arraigada a idéia de se implantar a máxima comonalidade dos meios entre as três armas. Resta saber o que acontecerá com este RFP se for adicionado a ele a necessidade de ser incluído ainda um modelo para uso a bordo dos novos navios de 6000 toneladas incluídos no programa Prosuper da Marinha...
A Rosoboronexport no Brasil segue acreditando que o Tor M2E seja a melhor solução para a atual necessidade do Brasil, especialmente pelo fato de que cada veículo é uma unidade plenamente independente carregando simultaneamente mísseis, radar e sistemas de controle de engajamento. Mesmo se o radar principal de longo alcance da Bateria Tor M2E for alvejado e destruído por um míssil inimigo, os demais veículos podem seguir combatendo independentemente, algo que segundo os russos nenhum dos seus rivais no Brasil pode fazer. Em tempo: todos os três modelos russos tem suas variantes navais...
Vejam a baixo as apresentações oficiais da Rosoboronexport sobre os sistemas Tor, Pantsir e Buk:
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