sábado, 21 de janeiro de 2012

Técnicas básicas do Karate




Técnicas básicas do Karate













1. FORMA
Conforme Nakayama (1987), a aplicação dos golpes com postura adequada é fundamental pois, no momento do impacto, se produz um forte contra-impacto (Ação e Reação, terceira lei de Newton), que para suportá-lo é importante a firmeza das articulações.
Para a obtenção do máximo de potência, é necessário ter equilíbrio e estabilidade, o que é alcançado com uma forma ou postura correta. Consideramos forma correta o posicionamento equilibrado do corpo desde a base de sustentação ate o ponto de contato com o adversário.
Quanto à base, é importante ter-se em conta que ao abaixar muito o centro de gravidade (base excessivamente longa), alcança-se maior equilíbrio, mas re-duz-se a imobilidade. Portanto1 é importante a utilização de uma base firme, porém elástica, que possibilite deslocamentos rápidos sem comprometimento do equilíbrio e da estabilidade.

2. POTÊNCIA ou "KIME"
Para dominar o adversário, o karateca utiliza-se da energia produzida por sua musculatura. Segundo Nakayama (1987, p.16), a força eficaz no Karate é a força veloz (potência) "... aquela que se acumula com a velocidade"(...) "a força que a velocidade consegue concentrar no momento do impacto".
Uma coordenação ótima entre a musculatura agonista (a que realiza o movimento) e a antagonista é importante para que haja velocidade na execução da técnica. Além disso, o aproveitamento máximo da trajetória e a concentração da força (contração de todo o corpo) no momento do impacto, são fundamentais para levar a efeito as técnicas do Karate.
Um ponto a destacar é que o excesso de contração durante a execução do golpe, diminui a sua velocida-de, diminuindo a potência final. Para reagir mais rapidamente, o karateca deve estar com a musculatura relaxada e em alerta.
A contração máxima de todo corpo deve ser apenas na finalização do golpe, durante uma fração de segundo. Ela é a responsável pelo aumento da estabi-lidade das articulações para resistir ao impacto e contra-impacto.

3. USO DA CINTURA PÉLVICA OU "QUADRIL"
Elo de ligação dos membros inferiores ao restante do corpo, o quadril tem participação significativa nas técnicas de ataque e de defesa.
A cintura pélvica produz, em movimento de rotação, grande força centrífuga. Unindo a essa, a velocidade de membros superior ou inferior, multiplica-se a potência do golpe. "...no Karate-do. Os ataques tanto de braço como de perna, se realizam com o quadril e igualmente as defesas" (Nakayama,1987, p.18).
O encaixe do quadril ou retroversão da pelve, é responsável pela manutenção do tronco ereto, em posição de equilíbrio, evitando gasto desnecessário de energia.



4. RESPIRAÇÃO

Nos referimos aqui ao processo de entrada e saída do ar dos pulmões para troca de gases, atendo-nos à importância das fases de inspiração e expiração, na aplicação dos golpes de KARATE.

A execução do golpe é precedida pela inspiração normal. No instante do impacto realiza-se uma expiração forçada buscando a energização do tanden. A expiração forçada ocorre pela forte contração dos músculos do abdômen e tórax (interceptais internos) e coincide com o momento em que todo corpo deve estar cooperando para potencializar ao máximo o kime, aumentando a estabilidade das articulações e equilíbrio corporal na aplicação do golpe.


5. KARATE SHOTOKAN – TÉCNICAS BÁSICAS

5.1. BASES







Através das técnicas básicas ou fundamentos, inicia-se o estudo do Karate. São movimentos de fácil aprendizado que devemos aperfeiçoar ao longo de vários anos de treinamento vigoroso e constante, a fim de alcançar maior eficiência.

A forma correta de execução das técnicas proporciona melhor estabilidade articular para suportar o contra-impacto decorrente da aplicação das mesmas (tsuki e keri principalmente), aumentando o equilíbrio e possibilitando a rápida troca de posição do centro de gravidade. O que facilita a passagem de um movimento para outro em grande velocidade.

Uma boa base, favorece o trabalho harmonioso de todo o corpo para a ampliação da potência dos golpes. Um ataque ou defesa forte é conseguido somente pela execução de bases corretas. Eles dependem de equilíbrio, liberdade para o giro do quadril, velocidade e força, que são necessários à realização do movimento. Eles dependem também da cooperação dos músculos agonistas e antagonistas (coordenação da contração/descontração muscular) para alcançar uma forma firme e estável.
Cada base tem um objetivo e deve ser treinada corretamente. A descaracterização da base para torná-la mais confortável, reduz ou elimina a eficiência das técnicas de ataque ou defesa e desacelera ou estagna o progresso do praticante.
Bases mais utilizadas:

5.1.1. SHIZEN-TAI - Posição natural. Pernas estendidas, corpo ereto e relaxado, uti-lizando-se o mínimo de gasto de energia para mantê-lo nesta posição. Pode-se passar facilmente a posição de ataque ou defesa. Engloba diversas formas diferenciadas pela disposição dos pés.
Renoji-dachi- pés em L, calcanhares alinhados com distancia de aproximadamente um pé entre eles.
Heiko-dachi - pés paralelos, alinhados, mantendo a distancia da largura do quadril para as mulheres, ou do ombro para os homens.
Heisoku-dachi - pés unidos, calcanhares e pontas dos pés tocam-se ligeiramente.
Musubi-dachi - pés abduzidos, os calcanhares se tocam.








5.1.2. ZENKUTSU-DACHI - Posição avançada. Muito eficiente para trabalhar a força para frente nos ataques. É também utilizada nas defesas.


- Os pés afastam-se no plano sagital em aproximadamente 80cm e lateralmente na largura do quadril, com toda a planta no chão. A ponta do pé da frente dirige-se para frente ou ligeiramente para o interi-or, enquanto o pé de trás dirige-se para frente o máximo possível.

- O joelho da perna da frente deve estar flexionado e o da perna de trás estendido. Ambos encontram-se contraídos para fora. Traçando uma linha perpendicular do joelho ao chão, esta deve situar-se ao lado da base do hálux (dedão).
- 60% do peso do corpo são sustentados pela perna da frente, os 40% restantes, pela perna de trás.
- 0 tronco permanece perpendicular ao chão e for-tenente assentado sobre o quadril em retroversão (quadril encaixado).

5.1.3. KOKUTSU-DACHI - Posição recuada. É uma postura muito forte, sendo bastante eficaz para defender ou esquivar para trás ou obliquamente e trocar rapidamente para zenkutsu-dachi no contra-ataque.
- Os pés encontraram-se alinhados e afastados no plano sagital em aproximadamente 80cm. 0 pé de trás, apontado para o lado, suporta sobre toda planta 70% do peso do corpo, enquanto o pé da frente, apontado para frente, suporta os 30% restantes. Ambos, formam aproximadamente um ângulo de 90 graus entre si.
- O joelho da perna de trás dobra-se para o lado e contrai-se fortemente para fora. Uma linha perpendicular ao chão, deve passar pelo meio do joelho e cair ao lado da base do hálux. O joelho da perna da frente acha-se ligeiramente flexionado e apontado para adiante.
- O quadril encaixado assenta o tronco perpendicular ao chão.

5.1.4. KIBA-DACHI - Posição de cavaleiro. É uma postura muito forte para a aplicação de golpes para os lados. Seu nome é devido à semelhança com a posição de cavalgar.
- Os pés se afastam no plano frontal em aproximadamente 80 cm, mantendo-se alinhados e paralelos. Aderem fortemente ao chão com toda planta.
- Os joelhos dobrados para frente com contração para fora, de forma que a linha perpendicular caia ao lado da base do hálux.
- O peso do corpo divide-se igualmente entre as duas pernas.
- A retroversão do quadril é importante na manutenção do equilíbrio. O tronco deve manter-se perpendicular ao chão.

5.2. TSUKI - Ataque direto - soco











São golpes muito aplicados, de grande eficiência, que podem derrubar o oponente com um só impacto.

Realiza-se estendendo o cotovelo, flexionando o ombro e girando o antebraço 180 graus para o interior, aplicando a força com as segunda e terceira articulações metacarpofalângicas (seiken). Partindo da altura do quadril, a mão percorre trajetória retilínea até atingir o objetivo. O antebraço, cotovelo e braço passam rente ao corpo.

A extensão da perna de trás, empurrando o solo com o pé transforma o impulso em força horizontal que é transmitida ao quadril, se conecta aos ombros e chega ao braço.
O poder gerado pela rotação do quadril, utilizando a coluna vertebral como eixo de giro, une a ele os ombros em seu impulso centrífugo, aumentando a força e a velocidade do ataque, a qual, por sua vez, se multiplica pela extensão súbita do braço de ataque e simultânea recolhida do braço oposto.
Assim, impulso e giro do quadril, extensão do braço de ataque e recolhimento do braço oposto, cooperam para que se alcance a força resultante da velocidade.
Ao executar um tsuki o corpo deve estar relaxado, contraindo somente a musculatura necessária à obtenção de uma força veloz. Apenas no momento do impacto, todo corpo coopera para concentrar a força ao máximo.

5.2.1. GYAKU-ZUKI - Soco inverso. Braço contrário ao pé da frente.

5.2.2. OI-ZUKI - Soco andando. Braço correspondente ao pé que deslocou à frente.

5.2.3. MOROTE-ZUKI - Socos simultâneos. Braços paralelos horizontais ou verticalmente.

5.2.4. DAN-ZUKI - Socos consecutivos com o mesmo punho.

5.3. KERI - Ataque de perna - pontapés
O pontapé é um dos fundamentos do Karate. Quando se aprende sua execução corretamente, consegue-se obter uma potência muito superior ao tsuki.
Ao realizar um ataque sustenta-se o peso do corpo sobre um pé de apoio, que deve assentar-se firmemente no solo com toda a planta, mantendo tornozelo e joelho ligeiramente flexionados e contraídos, a fim de suportar o choque originado pelo impacto. O joelho da perna de ataque é elevado flexionado, diminuindo o braço de alavanca, para alcançar, quando da sua extensão, maior velocidade.
É importante ter em mente que não é unicamente o pé que golpeia, mas que se deve projetar o quadril, tomando todo o corpo o sentido do ataque. Também deve ter-se em conta que após a finalização do pontapé, o pé deve ser recolhido rapidamente para que não seja agarrado, e para voltar a uma posição de maior equilíbrio, a fim de executar a técnica seguinte.
A força do ataque depende da longitude do arco da execução, da velocidade com que se percorre este arco (flexão ou extensão da coxofemoral + extensão do joelho) e da contração muscular no momento do impacto.

5.3.1. MAE-GERI - Pontapé frontal.
O joelho da perna de ataque passa rente ao joelho da perna de apoio e o pé de ataque rente e acima deste. O quadril desloca-se horizontalmente duran-te todo o movimento, atingindo-se o objetivo com a base inferior dos dedos.

5.3.2. YOKO-GERI - Pontapé lateral.
Eleva-se o joelho da perna de ataque passando com o pé rente a perna de apoio, apontado para frente ou para a lateral do corpo. A ponta do pé virada para frente e o bordo externo para baixo e paralelo ao chão, descreve urna trajetória em arco. Atinge-se o objetivo com o bordo externo do pé.

5.3.3. MAWASHI-GERI - Pontapé circular.
Eleva-se o joelho lateralmente, bem flexionado, colocando a perna paralela ao chão, com o pé apontando para o lado e a planta virada para trás. A coxa descreve um círculo amplo. O quadril deve acompanhá-la nessa trajetória, até a finalização do movimento com a extensão do joelho. 0 ponto para impacto pode ser à base dos dedos ou o dorso do pé.

5.4. UKE WAZA - Técnicas de defesa
A defesa é um dos fundamentos mais importantes. Uma falha na sua execução pode ser fatal.
Deve-se identificar corretamente a direção do ataque para realizar uma defesa adequada a ele. O recolhimento do braço contrário, o giro do quadril e a rotação do antebraço aumentam a potência da defesa, desviando-o mais facilmente.
Para aumentar a resistência da defesa, deve-se concentrar a força no músculo grande dorsal, colocando o cotovelo próximo ao corpo e na altura da orelha (age-uke) e aproximando o cotovelo até um punho (10cm) de distância do corpo (chudan-uchi-uke, soto uke, shuto-uke).
Se a defesa ultrapassa os limites do corpo, não se pode concentrar a força no grande dorsal, nem realizar um rápido contra-ataque. As técnicas de defesa devem ser finalizadas em uma posição adequada, aumentando sua eficiência e facilitando a execução da técnica seguinte.

5.4.1. AGE UKE - Defesa alta.
O antebraço desloca-se de baixo para cima descrevendo um arco na frente do corpo. A mão pára a 10cm da testa com a palma girada para frente, e o antebraço em posição oblíqua. No momento do impacto com o golpe do adversário, deve-se apertar fortemente a mão, contraindo os músculos do antebraço em cooperação com todo o corpo.

5.4.2. SOTO-UKE - Defesa média para dentro.
Eleva-se a mão até a altura da orelha, colocando o braço paralelo ao chão e ligeiramente para trás. Deste ponto inicia-se uma rotação descendente até atingir o cotovelo, antebraço e punho, verticalizados no plano sagital, a linha mediana do corpo. Antebraço e braço formam um ângulo reto. Finaliza-se com a palma da mão girada para o peito, na altura do ombro.

5.4.3. UCHI-UKE - Defesa média para fora.
O antebraço que defende traça um arco desde a axila do braço oposto. Desloca-se o punho para o exterior, baixando o cotovelo até que este se aproxime das costelas. O antebraço gira, colocando a palma da mão virada para o peito, na altura do ombro.

5.4.4. GEDAN-BARAI - Defesa baixa.

Eleva-se o braço para colocar o punho junto à orelha do lado oposto, com a palma da mão virada para ela. Deste ponto baixa-se e estende-se o cotovelo até que o punho esteja aproximadamente 15cm acima do joelho. É uma defesa eficiente contra os ataques ao abdome, golpeando o golpe do adversário. Finaliza-se com o cotovelo totalmente estendido e a palma da mão virada para trás.








"Segundo informações do Sr. Rogério Coelho (sensei 4º dan), a imagem do coelho é de autoria do seu aluno Luiz Naruto e representa o mascote de sua academia, fato antes não mencionado por ter sido extraído da intenet!
Nós da OGRO COMBATE, parabenizamos o aluno praticante de KARATÊ SHOTOKAN, LUIZ NARUTO, pela criação artística do coelho karateca! Certos de que o karatê contribui para a formação do cidadão de bem, ficamos agradecidos pelo "toque" do Sensei Rogério Coelho e nos colocamos a sua disposição para a divulgação do karatê  shotokan em solo brasileiro!"





7 comentários:

  1. Boa Tarde!meu nome é Rogério Coelho, acho muito bom a divulgação do karate por parte de todos. Não me importo que tenha pego minha imagem e colocado em seu blog mas também acho que vc deveria colocar a fonte prestigiando a quem de direito.
    Esse coelho é mascote da minha academia e é um desenho exclusivo e foi feito com muito carinho por um aluno meu que se chama Luiz Naruto.
    Espero que vc coloque a fonte o mais rápido possível pois isso é o correto oss.
    Rogério Coelho 4ºdan Karate Shotokam e Jutsu

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Por entender-mos que é correto e justo, atendemos de imediato a solicitação do Sensei Rogério Coelho quanto a citação da fonte e autoria da criação do mascote (coelho) da academia do sensei eepigrafado, citando o sr. LUIZ NARUTO, como criador e idealizado da figura mascote - coelho karateca! Por fim solicitamos ao mesmo que nos envie matérial para postagem de suas atividades em prol do karatê em solo brasileiro, o qual teremos grande prazer em publicar em nossa humilde blog!

    ResponderExcluir
  4. Convidamos ao Sr. Luiz Naruto que nos envie mais desenhos de sua autoria relacionado ao KARATÊ para que venhamos publicar em nosso Blog!

    ResponderExcluir
  5. Convidamos aos seguidores de nosso blog que prestigiem o blog do Sensei Rogério Coelho: http://inevidenceetudo.blogspot.com.br/2010/03/rogerio-coelho-4-dan-de-karate-em-breve.html

    ResponderExcluir
  6. Informação complementar: O Sensei Rogério Coelho 4º dan de karatê shotokan é o presidente da Federação de Karatê Jutsu do Estado do Rio de Janeiro (http://fkjerj.blogspot.com.br/2011/09/karate-jutsu-em-petropolis.html)

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.