O método de John Place para memorizar textos
Em abril de 2007, escrevi um texto sobre o fenômeno da reminiscência.Na época, esse texto surgiu como uma resposta a uma pergunta frequente em meus cursos de memorização: "as técnicas de memória dispensam a memorização pela repetição?". É óbvio que não! A repetição é essencial durante qualquer processo de memorização, ainda que você seja um mentatleta.
No campeonato mundial de memória, existe uma prova chamada "hour cards", onde tentamos memorizar o maior número de cartas de baralho em apenas 1 hora. O interessante é que gastamos mais tempo repassando as cartas do que realmente memorizando-as. No mundial de 2007, memorizei a ordem de 6 baralhos recém embaralhados em cerca de 15 minutos. No entanto, para garantir a quebra do recorde latino-americano de cartas memorizadas em 1 hora, preferi dispensar todos o tempo que me restava repassando cada carta de cada baralho (312). É claro que não fiquei repetindo as cartas como um papagaio em minha cabeça. Eu simplesmente utilizei a sinestenesia e o fenômeno da reminiscencia de maneira adequada. John Place desenvolveu um método de memorização simples e eficaz, também baseado na utilização correta desses princípios da memória.
O método de John Place
John Place é um bem sucedido professor universitário, formado em Gerenciamento de Sistemas de Informação, pela Universidade de Missouri, formou com a maior nota de sua sala. Após a faculdade, ele investiu na carreira de programador e arquiteto, obtendo aumento constante de seu salário. Atualmente, ele é professor universitário e fornece consultoria em motivação em diversas grandes empresas nos EUA.
Na faculdade, ele memorizou 7 capítulos (mais de 23.000 palavras) de seu livro texto de psicologia. Ele era capaz de realmente recitar os 7 capítulos na íntegra. Esse feito ocorreu graças a duas declarações feitas por um professor em sua faculdade:
a) Nenhum aluno nunca tirou total em minha primeira prova.
b) Todas as respostas da prova poderiam ser encontradas nos primeiros 7 capítulos do livro texto.
Determinado a ser o melhor aluno de sua sala, ele simplesmente memorizou os 7 capítulos na íntegra. É óbvio que nem todos vocês desejam memorizar mais de 20.000 palavra para uma prova. No entanto, eu método é um bom exemplo de como uma repetição sistematizada, aliada ao bom uso da sinestesia, podem ser utilizadas para se memorizar qualquer coisa.
- Inicialmente, use um lápis ou processador de texto para anotar, em frases completas, qualquer fato que você julga que possa aparecer em sua prova.
- Leve suas anotações para uma sala silenciosa, feche a porta e elimine todas as distrações.
- Leia a primeira frase em voz alta. Em seguida, feche seus olhos e repita a frase sem olhar no papel.
- Repita o passo acima, agora lendo as 2 primeiras frases.
- Agora, repita o processo utilizando cada vez uma frase a mais. Repita as frases até que você seja capaz de repetí-las sem o uso do papel.
Após essa sessão de memorização, John recomenda que seus alunos tirem um pequeno cochilo. Segundo o autor, nesse momento, as memórias estão muito vulneráveis e precisam ainda de tempo para se consolidar. Após o cochilo, o professor recomenda que seus alunos repitam mais uma vez todo os 5 passos anteriores, para obter o máximo de retenção.
John se tornou tão bom em sua técnica que passou a ser capaz de aprender a matéria de qualquer prova (por mais difícil que fosse) em apenas 6 horas. Pode parecer muito tempo, mas não é, visto que o professor precisava de no máximo 6 horas para se preparar para qualquer prova, ainda que ele não tivesse nem ao menos aberto o livro durante todo o semestre.
John finaliza explicando que, no que tange técnicas de memória, é importante que você descubra alguma estratégia mnemônica que funcione para você, seja ela qual for. Quando se trata de técnicas de memória, não existem técnicas boas ou ruins: se funciona para você, ela é a técnica correta.
Aliás, John realmente foi o primeiro aluno a conseguir 100% de aproveitamento na prova do professor citado acima.
John está corretíssimo em sua abordagem. Ainda que eu prefira utilizar algum sistema mnemonico complexo para a memorização de textos a utilizar a força bruta (qualquer processo de memorização que não utiliza palavras-chave ou imagens), sua abordagem realmente funciona, visto que ela não apenas respeita o fenômeno da reminiscência, mas também respeita a sinestesia, intercalando os sentidos visuais e auditivos para a criação de códigos de memória mais eficientes.
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Fonte: http://johnplaceonline.com/
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