TRANSCRITO DE:http://vejario.abril.com.br/blog/as-ruas-do-rio/intervencoes-urbanas/demolicao-a-vista-na-tijuca
Demolição à vista na Tijuca
Prédio histórico do batalhão da PM será posto abaixo em função do “Projeto Batalhão-Padrão”
O prédio, inaugurado em 1907, servia inicialmente ao exército, até que por decreto do presidente Afonso Pena transformou-se em batalhão. (Foto: PMERJ)
O edifício onde funciona o 6º Batalhão da Polícia Militar, localizado na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, zona norte do Rio, está com os dias contados. Ele será o primeiro a ser enquadrado no Projeto Batalhão-Padrão, criado pela própria PMERJ, que pretende transformar por total a estrutura e o funcionamento das suas unidades. A ideia é que os batalhões, a partir de 2012, operem em prédios modernos que valorizem conceitos autossustentáveis, ecológicos e tecnológicos. Dentro desse conjunto, a remodelação incluiria paredes de vidro, reaproveitamento da água da chuva e da luz solar e uma área aberta à população, através de espaços que poderão ser alugados por lojas e quiosques.
De acordo com o jornal Extra, a mudança pretende, acima de tudo, criar uma espécie de “UPP no asfalto”, numa forma de promover a aproximação entre a corporação e os moradores. Em suma, ocorrerá a integração de uma área até então militarizada ao espaço público. A escolha do 6º BPM, na Tijuca, é devido ao sucesso das Unidades de Polícia Pacificadora nas comunidades carentes da região e por localizar-se em uma área estratégica, onde está o estádio do Maracanã.
O Projeto Batalhão-Padrão, apesar de ser baseado em modelos iguais já implantados em Israel, França e Inglaterra, ainda não captou bem minha compreensão e visualização do todo. Apesar disso, a proposta parece ser, no mínimo, inovadora e interessante.
A única lamentação aqui fica por conta da demolição do prédio histórico do 6º BPM, de estilo eclético, construído em 1908, nas proximidades da Barão de Mesquita com Rua Uruguai. A PMERJ alega que o edifício encontra-se em condições muito precárias e que por isso será a primeira unidade a ser reformada. No caso, reconstruída. Do zero.
Resta o dilema: é mais válido preservar a nossa história ou entregá-la às transformações contemporâneas? Tem culpa o prédio de estar em um estado crítico por não ter recebido a atenção devida ao longo desses cem anos? Até que ponto as ideias de hoje têm autonomia para apagar as obras do passado?
É um assunto que merecia ser discutido. Vocês têm alguma opinião sobre isso?
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