As psicopatias são percebidas como alterações do comportamento provocadas por alterações da personalidade ou por desadaptação do indivíduo, em relação a si próprio ou ao meio ambiente em que insere-se.
Apesar do termo "psicopata" ter sido introduzido em 1818, na Alemanha, antecedeu-lhe o termo "moral insanity" (loucura moral, 1835) do médico inglês James Prichard. Para ele as psicopatias seriam manifestações de "loucura moral" e, portanto, que faltava, nos indivíduos que a apresentavam, o sentido ético e de domínio pessoal.
Um dos primeiros a elaborar e a desenvolver o termo na perspetiva agora defendida pela maioria dos especialistas, foi Sir David Henderson que apresentou a psicopatia como um comportamento antissocial ou associal (1939).
Muito embora possa existir uma forte ligação entre o comportamento psicopático e as personalidades antissociais, os dois termos não coincidem na sua totalidade. Esta ligação deriva do conhecimento que uma grande parte de sujeitos criminosos e violentos e, portanto, que apresentam um comportamento psicopático, possuem personalidades antissociais.
O conceito antissocial refere-se a determinados comportamentos delinquentes que não se corrigem pela experiência ou castigo. O termo delinquente designa, precisamente, o comportamento de determinados jovens que transgridem as normas, as leis civis e sociais. Um indivíduo com uma personalidade antissocial apresenta um desvio acentuado do típico, ou seja, do que é normal, mas sem implicações de natureza patológica (distúrbio mental). A característica mais comum deste tipo de pessoas é a presença de um comportamento do tipo irresponsável. Usualmente são jovens que, por exemplo, têm um comportamento de mentira, roubo, vadiagem, vandalismo, fugas à escola e de casa e são fisicamente violentos e cruéis para com os animais e pessoas.
Quando os comportamentos antissociais persistem na idade adulta, superior aos dezoito anos, pode ocorrer uma evolução para um comportamento do tipo psicopata.
Os psicopatas explicam-se como sendo indivíduos com um distúrbio da personalidade, que não é de natureza psicótica (não é uma psicose), que não manifesta ansiedade e que tem um ajustamento social inadequado.
Algumas das características da sua personalidade demonstram total consciência, poder crítico sobre os seus atos, desrespeito às regras sociais, agressividade, e são facilmente irritáveis. Aquilo que os mais caracteriza é a presença de uma anestesia afetiva, isto é, são indivíduos extremamente frios, que não sentem grandes emoções. Assim, possuem uma grande dificuldade de ligação com os outros e em estabelecer laços afetivos profundos, logo são indivíduos que têm múltiplas relações e parceiros sexuais. Para sentirem alguma emoção procuram os chamados comportamentos de risco (por exemplo, consumo de drogas ou conduzir em sentido contrário na autoestrada), são pessoas extremamente conflituosas, que apresentam grande insatisfação pessoal e que com alguma frequência deprimem.
As razões que parecem explicar este tipo de comportamento assentam no núcleo familiar. Por outras palavras, verifica-se no historial pessoal destes indivíduos que, na sua infância, houve uma ausência do fator educacional (sem uma boa educação). São crianças que crescem sem qualquer figura de referência (um bom pai ou uma boa mãe), os maus comportamentos nunca foram criticados, nunca existiram regras e vivem em famílias onde sempre existiu grande violência física (inclusive sexual) e psicológica.
Apesar de existir uma dificuldade acentuada na classificação clínica das psicopatias, muitos psiquiatras e psicólogos, acreditam numa classificação que divide as psicopatias em quatro tipos: as personalidades psicopáticas, os comportamentos delinquentes, os desvios de natureza sexual e as toxicodependências (consumo de drogas ou substâncias tóxicas).
Os desvios de natureza sexual, são qualquer forma de comportamento sexual que difere, substancialmente, dos padrões estipulados por uma certa sociedade. As parafilias, apetência sexual dirigida para objetos específicos e fora do normal, são os casos mais típicos conhecidos.
Alguns exemplos destas alterações do comportamento são: o exibicionismo (exibição dos órgãos sexuais, especialmente, a estranhos); o fetichismo (excitação sexual exclusiva com roupas de interior); a pedofilia (considerada, resumidamente, como a atração sexual por crianças pequenas).
FONTE:http://www.infopedia.pt/$psicopatia
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