Conheça o AMI |
O AMI é uma Arte Marcial que traz em seu cerne conhecimentos de ordem filosófica e propostas de evolução capazes de caracterizá-lo como verdadeiro caminho de evolução pessoal.
Foi concebida pelo Mestre Antônio Tibery que buscou unificar, de maneira integrada, parte das propostas contidas em diferentes modalidades, adotando-se, de início, princípios filosóficos estruturais.
Mediante a utilização de movimentos curvilíneos, permite ao praticante defender-se de agarradas, socos e chutes. Os movimentos retos ou quebrados são evitados por não serem componentes adequados à formação das técnicas, as quais adquirem eficiência tanto por sua precisão como pela reorientação da força do agressor. Devem ser praticadas com o corpo descontraído e atitude mental conveniente (esvaziamento do Ego).
As técnicas finalizam em projeção ou imobilização. No último caso, o atacante acaba impossibilitado de esboçar qualquer reação.
Em algumas técnicas, repetidas até serem automatizadas, usamos pressão em pontos específicos dos punhos, coxas ou tornozelos, provocando dor intensa.
As técnicas não devem ser avaliadas apenas pela eficiência ou beleza coreográfica, pois - convém frisar – são antes ferramentas de auto-realização e de crescimento pessoa.
O fundador
O início do Tibery nas artes marciais
Tibery começou a treinar arte marcial com o seu pai por volta dos 5 anos, um misto de luta e diversão. Os treinos não eram formais, apesar da cobrança.
Como toda criança, escutava o que diziam a respeito das lutas e ficava influenciado com as histórias.
Seu pai praticava Jiu-Jitsu Livre, exercícios de Charles Atlas (conhecido como ginástica espartana), boxe, pulava corda e praticava barra. Apesar da pouca estatura era forte e ágil, conservando-se assim até sua morte.
O Jiu-Jitsu com o Mestre Américo
Tempos depois, na faculdade de Medicina de Uberaba, seu pai conheceu um estudante, o Mestre Américo, reconhecido especialista em Jiu-Jitsu. Américo foi contratado para dar aulas na academia espaçosa no fundo da sua casa. Assim, com cerca de 12 anos, começou a treinar com o Mestre Américo, com quem perdeu contato posteriormente. Ele se formou, foi-se e a família Tibery mudou de Uberaba para Brasília.
Com ele treinou jiu-jitsu de forma organizada, cumprimentos ao entrar e ao sair do tatame. Era obrigatório o uso do kimono padrão. Passou a entender os princípios básicos do movimento. Porém não se falava em filosofia e tampouco havia a idéia de caminho. O cumprimento era feito de pé e não de joelhos.
Sua mãe fazia os kimonos e treinavam os cinco da família: seu pai, irmãos e o Tibery.
Geralmente sentia-se cansado pois treinava constantemente com os alunos maiores e mais fortes.
Judô, Karatê Shotokan, Macrobiótica e a Yoga
Ao mudar de Uberaba para Brasília em 1959, deixou de treinar Jiu-Jitsu, mas praticou várias artes marciais:
• Judô: com o Mestre Ninomia, no Núcleo Bandeirante, o qual era um exemplo de técnica, eficiência e educação.
• Karatê-do, estilo Shotokan: com o Mestre Higashino, na W3 sul, influenciado por filmes e pelas técnicas de quebramentos.
Praticou também Macrobiótica por cerca de 4 anos e Hata Yoga, ambos de grande influência na sua saúde e no treinamento mental associado.
Chegou inclusive a ir várias vezes a São Paulo para encontrar com especialistas do assunto, entre eles o Mestre Tomio Kikuchi, criador do Instituto do Princípio Único.
O Aikidô
Tempos depois, por indicação de Antonio Frechiane, (que assistiu a uma demonstração de Aikidô na Academia Nacional de Polícia), foi procurar o Mestre Martins, responsável pelo Aikidô em Brasília, aluno do Mestre Nakatani, que por sua vez foi aluno direto do Mestre Ueshiba.
No primeiro contato o Mestre Martins já abriu seu coração, falando com empolgação sobre Ki e dos Mestres Nakatani e Ueshiba, aos quais venera.
Mestre Martins foi o pioneiro do Aikidô em Brasília e seu primeiro professor nesta arte. Pessoa de raro caráter, educação, ética e dedicação. A cada dia mais demonstrava o quanto tinha a ensinar de fé e postura correta.
Assim, Tibery e seus filhos iniciaram na Academia de Polícia de Brasília a prática do Aikidô.
Tibery então adotou o Aikido como sua arte marcial na época, a segunda com a qual teve mais contato. Treinou com afinco, sendo o primeiro faixa preta do Distrito Federal e o primeiro formado pelo Mestre Martins. Chegou ao terceiro dan e foi o terceiro vice-presidente para o Brasil.
Seu segundo professor foi o Mestre Ichitami Shikanai, que apesar de ser apenas um segundo Dan na época, trazia movimentos atualizados, sendo exemplo de técnica e de belos movimentos, e é um dos expoentes do Aikidô e da religião Oomoto.
No Japão, onde esteve por aproximadamente três meses, foi recebido no aeroporto pelo Mestre Shikanai, com quem teve oportunidade de visitar a sede da Oomoto em Kameoka, Japão. Conheceu ali o líder Torao Deguchi, cujo filho e demais membros do grupo estiveram, posteriormente, em Brasília, onde realizaram uma cerimônia. Oomoto é a religião que foi seguida pelo Mestre Ueshiba, muito influenciando a arte criada por ele, o Aikidô.
Com o Mestre Shikanai treinou bastante. Teve afinidade com sua técnica e respeito por sua forma japonesa de ver as coisas. Aprendeu muito com ele, a quem é muito grato. Era detalhista e suas qualidades técnicas foram reconhecidas pelo filho do fundador do Aikido, Kishomaru Ueshiba, que fez-lhe um elogio público quando esteve no Brasil.
Sobre Aikidô escreveu dois livros: Aikidô o Caminho Harmonioso do Ki e Bastâo Aikido (primeiros livros da categoria escritos no Brasil). Esgotados, não pretende reeditá-los. Na época foram importantes por sua utilidade aos praticantes e à divulgação da arte. Hoje existem outros livros em português para suprir-lhes a falta.
Deu aulas de Aikidô em vários locais e chegou a ter 200 alunos no clube Ascade, um recorde no Brasil.
Quando parou, seu filho Alexandre Tibery, faixa preta de excelente técnica, prosseguiu dando aulas ao grupo, vindo a parar posteriormente, quando dedicou-se a outro tipo de atividade.
Alguns ex-alunos de Aikidô prosseguiram o treinamento, destacando-se Nelson Takayanagi que hoje segue as orientações dos mestres Martins e Shikanai. Outros ex-alunos, apesar da minha resistência inicial, passaram a treinar comigo a nova arte - Ami-Jitsu.
Parou o Aikidô em busca de algo novo, uma fase de mudança, uma atitude pessoal. Não foi pressionado nem impedido e não houve desentendimentos, exclusivamente sentiu necessidade de algo novo que lhe realizasse. Afastou-se definitivamente, pois nunca soube dedicar-se parcialmente a uma atividade.
Após afastar-se falou poucas vezes com o Mestre Martins (e agora fala com frequência) e as últimas vezes que viu o Mestre Shikanai foi em Belo Horizonte, onde foi duas vezes para treinar, quando ainda mantinha o interesse no Aikido.
Perdido o estímulo, não treinou mais. Ficou de ir visitá-lo, ali, o que nunca se concretizou. Ficaram distantes, perderam o contato e sabe notícias dele através do Nelson e da Iliana Takayanagi. Hoje o interesse do Mestre Shikanai é o Aikidô e o do Tibery o Ami-Jitsu.
A Capoeira
Paralelamente ao Aikidô e decidido a melhorar suas técnicas de defesas de chute, começou a praticar Capoeira com o Mestre Hélio Tabosa na w3 Sul, sendo batizado de Vovô devido aos cabelos brancos que já possuía por volta de 1970.
Em Brasília, Marco Aurélio, seu irmão, foi um dos precursores da capoeira com o nome de batismo de Búfalo (nome símbolo da sua “delicadeza”). Os pioneiros dessa arte em Brasília foram Adilson, Búfalo e Tabosa.
O Iai-dô e o Kendô
Para aperfeiçoar as técnicas de bastão, praticou Kendô com o Mestre Saburo Takano, concentrando-se nos katas, e Iai-do com o Mestre Michioka, em Tokyo, onde, apesar do pouco tempo, guarda conhecimentos e vivas recordações.
O AMI-JITSU
Foi a modalidade criada pelo Mestre Tibery, que passou a divulgar a partir de abril de 1989.
O somatório de experiências do Mestre Tibery, fizeram-no procurar algo único, que envolvesse tudo que acreditava ser útil em uma arte marcial. Nascia assim o AMI-JITSU.
Apesar de inúmeras técnicas tem a preocupação de ser único, bem acabado e eficiente desde o início da técnica até o final de sua execução. Lembrando que toda arte marcial é derivada de outra, e o AMI não é diferente neste aspecto.
Fui fundador e primeiro Presidente da Associação Esportiva de Artes Marciais Integrativas; Fundador e Conselheiro do Conduta – Conselho de Artes Marciais e Esportes de Luta.
Sobre Ami-Jitsu escreveu dois livros: Ami-Jitsu Arte Marcial e Ami o Caminho da Integração.
Produziu fitas e DVDs sobre esta arte.
Uma fita em VHS foi produzida pelo CPCE - Universidade de Brasília em convênio MEC/UnB – esta fita encontra-se a venda nas distribuidoras da Unb.
Fita para o sistema fila única, apresentada em as agências do Banco de Brasília- BRB;
CD de técnicas do livro Ami - Arte Marcial, produção independente;
DVDs sobre técnicas de exames e DVD de Defesa Pessoal.
Palavras do Mestre Tibery
“Há mais de 50 anos pratico Artes Marciais e desde 1972 atuo como professor em Brasília. A vida não é fácil para ninguém e igualmente é difícil para um professor de arte marcial. Dou aula todos os dias, inclusive aos sábados e domingos, uma rotina cansativa. Aonde quer que vá há sempre um interessado querendo aprender, (quer no Brasil ou no exterior), o que me dá prazer. A mulher e filhos reclamam de tanta dedicação, e sei que eles têem razão. Problemas como carregar tatame, estar com o kimono no carro ou na mala, pouco retorno financeiro, pouco tempo para ir a uma festa ou a um cinema, nada disso me desestimula. Dedico com amor ao que faço.
Todos podem praticar uma arte marcial e obter um bom resultado. Para isso devem ser assíduos, pontuais, interessados e dedicados. Não existe milagre, o progresso só vem com o treino e a repetição exaustiva das técnicas. No Ami-Jitsu, em especial, deve haver a colaboração entre os parceiros para permitir que todos evoluam conjuntamente. Refiro-me a evolução global, aquela que melhora não apenas o nosso corpo (periferia), mas também o nosso interior, nossos valores, buscando nossa evolução integral.
É claro que pessoas com deficiências físicas ou mentais vão enfrentar maiores dificuldades, mas não é de todo impossível a evolução deles, havendo necessidade, em alguns casos, de turmas especiais.
A vida ensinou-me a importância de:
- Ser útil à humanidade, respeitar os seres humanos, os animais e a natureza;
- Saber controlar as emoções (o que nos diferencia dos animais);
- Aprender com os erros passados. “
(Mestre Tibery – dezembro de 2010)]
Filosofia |
Em seu aspecto filosófico, o Ami-Jitsu enfoca uma proposta de auto-realização do homem, despertando nele o homem integrado. Para que possa integrar-se ao Universo, deve o ser humano realizar exercícios de interiorização, que, indistintamente, trazem benefícios a todos que os praticam. Possui uma filosofia própria em que a tríade tem influência especial: o símbolo tem três hélices; nas imobilizações o defensor toca o solo em três pontos; as cores das faixas são três grupos de três; e todos os movimentos, embora sejam executados de uma só vez, para fins de aprendizagem, são subdivididos em três partes. As técnicas de bastão também são ensinadas em seqüência de três movimentos ou múltiplos. O Ego (corpo-mente-emoções) é visto como a periferia do homem integrado e o Eu, o seu centro divino desperto. Este centro está presente, mas em estado de hibernação, nos demais homens. O Ami-Jitsu defende e busca a integração do pensamento oriente-ocidente, não agindo ora de um modo, ora de outro, mas criando uma nova maneira de pensar, conceito implícito e induzido pela própria expressão Ami-Jitsu. Esta arte marcial tem uma visão panorâmica do homem com relação ao Universo, onde ele tem identidade própria e existência eterna, mas não de forma egoísta, como um ente separado. O homem é um sistema em si e parte de um sistema maior, o Universo, do qual é indissociável. Qualquer alteração em um modifica o outro, e vice-versa. Ao "Grande Todo" chamamos Deus. Outra pergunta que normalmente ocorre é de como, por quê e quando o Ami foi estruturado. As experiências do Mestre Tibery no âmbito das artes marciais foram, no decorrer do tempo, pouco a pouco direcionando-o para o que hoje é o Ami. Uma série de fatores contribuíram para isso: local, momento, oportunidade e vontade férrea de realizar um objetivo. As artes marciais que pratiquei (Aikidô, Capoeira, Caratê, Iai-dô, Jiu-Jitsu, Judô, e Kendô) foram artes que marcaram positivamente a minha vida, mas não atenderam totalmente minhas aspirações pessoais. Não preenchiam totalmente meu âmago. Com a prática dessas modalidades e com o contato que tive com a Yoga e a Macrobiótica, senti a necessidade de embasamento filosófico e de técnicas coerentes com a minha nova forma de pensar. Havia um problema a resolver, que era a eficiência junto com a não-violência. Impulsionado por essa vontade, fui atrás de novos movimentos e nova abordagem filosófica sem a dicotomia oriente-ocidente. Queria treinar uma arte (não pensava em ser o criador de coisa alguma) que tivesse coerência entre filosofia e prática. Que integrasse trabalho de pernas, de braços, rolamentos, e exercícios físicos que melhorassem o tônus muscular e fortalecesse as articulações. E que ainda possuísse uma estrutura com técnicas eficientes e não-violentas, para serem usadas quer o praticante estivesse de pé, de joelhos, ou mesmo sendo agarrado no solo. A utilização do pé e pernas era necessária, pois têm forte influência na cultura brasileira (capoeira, futebol, samba), diferentemente da cultura japonesa que sempre dá mais ênfase ao uso das mãos (esgrima, baseball, trabalhos manuais , sumô e quase todos os estilos de luta, inclusive o caratê, que ainda conserva forte influência chinesa. Dentro desse conceito, incluí os socos e chutes, mas apenas como formas de ataque. Treinei com familiares e amigos, surgindo daí novas idéias e movimentos que vieram reformular os anteriores e que enriqueceram a nossa arte. Os interessados (ex-alunos, conhecidos e simpatizantes) foram surgindo, mesmo cientes de que estávamos em fase de laboratório. Assim nasceu o Ami-Jitsu, que teve sua primeira turma oficialmente aberta ao público em abril de 1989, no Clube dos Previdenciários. Inovações e pioneirismo nos torna sujeitos a incompreensões por parte dos que não vivenciaram o processo, mas isso não traz maiores preocupações. No Brasil, país de destaque no campo das artes marciais, sobejamente mostramos nossa capacidade. |
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